Bloomberg — O plano de Portugal de vender uma participação na companhia aérea TAP provavelmente será adiado por vários meses, à medida que uma crise política se aproxima de eleições antecipadas, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
O governo minoritário do primeiro-ministro Luis Montenegro convocou na quinta-feira (6) um voto de confiança - uma disputa que provavelmente perderá depois que os partidos de oposição prometeram rejeitar a moção.
A derrota na votação parlamentar levaria à destituição de Montenegro e à realização de eleições antecipadas, previstas para maio. Isso colocaria seu governo em um papel de interino, decidindo apenas sobre assuntos urgentes que não incluíssem a venda da TAP, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas. O processo de venda seria, então, adiado por vários meses até que um novo governo estivesse em vigor, disseram eles.
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O governo de Montenegro deveria iniciar um processo de privatização em março que poderia resultar na venda de pelo menos 49% da TAP, informou a Bloomberg News no mês passado. O plano de vender menos da metade da empresa tinha como objetivo contornar a oposição política.
O governo tinha como meta concluir a venda até o final deste ano ou em 2026, disse uma pessoa familiarizada com o plano na época.
Uma porta-voz do Ministério das Finanças, que supervisiona a privatização da TAP, não quis comentar sobre a venda. Um representante da TAP não estava imediatamente disponível para comentar.
A TAP é a maior provedora de ligações aéreas da Europa para o Brasil, o que a torna uma aquisição atraente, embora tenha sido um dreno para as finanças públicas, uma vez que não tem escala para lucros consistentes. A companhia aérea portuguesa é liderada pelo CEO Luis Rodrigues e transportou 16 milhões de passageiros no ano passado.
As três principais companhias aéreas da região, Air France-KLM, Deutsche Lufthansa e IAG, proprietária da British Airways, manifestaram publicamente interesse na TAP.
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O voto de confiança deve ocorrer em 11 de março, levando a eleições antecipadas em maio, se o governo perder, disse o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa nesta semana.
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