Crise no mercado de carro elétrico? Para a BMW, modelos vão impulsionar os ganhos

Marca alemã disse esperar que as vendas de elétricos de luxo como os sedãs da Série 7, além do X7 e do Rolls Royce Spectre, não serão afetadas pela fraqueza mais ampla do segmento

A BMW i7 electric sedan (EV) on display at a BMW AG showroom in Berlin, Germany, on Tuesday, March 14, 2023. Risks for the carmaker’s 2023 outlook are mounting as consumer confidence is eroding and rising interest rates may impact sales once pent-up demand is exhausted. Photographer: Krisztian Bocsi/Bloomberg
Por Wilfried Eckl Dorna
21 de Março, 2024 | 10:28 AM

Bloomberg — A BMW disse que os veículos elétricos de luxo como os sedãs da Série 7, além da X7 e do Rolls Royce Spectre, vão impulsionar os lucros neste ano, mesmo com a demanda global enfraquecida afetando as vendas de carros elétricos em geral.

A montadora alemã de carros de luxo espera que seus modelos mais caros tenham uma contribuição chave para uma margem de 8% a 10% para seu segmento automotivo, em linha com sua meta de longo prazo. A BMW espera um ligeiro aumento nas vendas globais.

“Nós prevemos um ligeiro crescimento no volume nas principais regiões da América do Norte, da China e da Europa este ano”, disse o CEO Oliver Zipse em uma entrevista à Bloomberg Television nesta quinta-feira (21). “Estamos bastante otimistas, especialmente em relação aos veículos totalmente elétricos no segmento premium superior.”

A BMW enfrenta forte concorrência na China, seu maior mercado, onde uma economia lenta e uma guerra de preços liderada pela Tesla (TSLA) estão afetando a indústria. Essa pressão de preços, juntamente aos custos de produção mais altos, reduziu os lucros da BMW no quarto trimestre, que ficaram abaixo das expectativas dos analistas.

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As ações da BMW caíram até 1,4% nas negociações iniciais nesta quinta. As ações subiram cerca de 8% no último ano, enquanto as da concorrente Mercedes-Benz avançaram cerca de 5,5%.

A BMW está superando seus concorrentes do segmento premium na transição para veículos elétricos, que agora representam aproximadamente 15% de suas entregas totais.

A empresa pretende aumentar essa participação ainda mais neste ano com meio milhão de vendas de veículos elétricos, com base em 15 modelos totalmente elétricos em suas marcas.

Enquanto isso, a concorrente Mercedes espera que suas vendas de veículos elétricos e híbridos plug-in permaneçam no mesmo nível do ano passado, enquanto a Audi indicou que está reduzindo o lançamento de novos modelos elétricos para evitar sobrecarregar suas fábricas.

A BMW prevê que a demanda por carros usados se normalize neste ano e que os retornos com a revenda de carros arrendados diminuam, impactando os ganhos do grupo.

No final do próximo ano, a BMW mudará para novas plataformas para seus veículos elétricos — sua “Neue Klasse” —, utilizando tecnologia que tem como objetivo reduzir pela metade os custos das baterias em relação aos níveis atuais.

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