Crise do varejo: Macy’s fechará 150 lojas e reforçará o foco no consumidor de luxo

Rede de lojas de departamento dos EUA vai priorizar abertura de lojas das marcas Bloomingdale’s e Bluemercury, de alto padrão, em meio a projeções de lucro abaixo do estimado

Shoppers outside the Macy's flagship store in New York. Photographer: Yuki Iwamura/Bloomberg
Por Olivia Rockeman
27 de Fevereiro, 2024 | 10:50 AM

Bloomberg — A Macy’s (M) anunciou que planeja fechar 150 unidades consideradas “improdutivas” enquanto visa combater fundos e investidores ativistas que buscam comprar a empresa.

A tradicional empresa do varejo de departamentos nos Estados Unidos não deu uma estimativa do número de funcionários que serão afetados pelos fechamentos, que representam quase um terço das lojas Macy’s nos Estados Unidos e ocorrerão ao longo dos próximos três anos.

Muitas das lojas afetadas estão próximas de outras unidades da Macy’s, o que pode permitir a transferência de alguns funcionários.

A rede de lojas de departamento também planeja abrir 15 novas lojas Bloomingdale’s e 30 novas lojas da Bluemercury até 2026 – um esforço para acelerar o crescimento de suas marcas de alto padrão.

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O anúncio, acompanhado pelos resultados do quarto trimestre, segue uma oferta de compra de US$ 5,8 bilhões apresentada pela Arkhouse Management e pea Brigade Capital Management em dezembro. A Macy’s rejeitou a oferta, mas na semana passada a Arkhouse indicou nove diretores para o conselho da Macy’s, já que a empresa persiste em seus esforços.

Em uma apresentação divulgada após os resultados, a Macy’s alertou que espera lucros no primeiro trimestre equivalentes ao intervalo de 10 a 16 centavos de dólar por ação, muito abaixo do consenso das estimativas de 45 centavos de dólar compiladas pela Bloomberg.

As ações reverteram os ganhos anteriores e caíram 2,5% nas negociações de Nova York. As ações da Macy’s haviam caído 4% neste ano até o fechamento da segunda-feira (26).

Liberação de ativos

A nova estratégia imobiliária, que ocorre menos de um mês depois da posse do CEO Tony Spring, deve liberar entre US$ 600 milhões e US$ 750 milhões de ativos até 2026, informou a empresa.

Os lucros do quarto trimestre, equivalentes a US$ 2,45 por ação, excluindo alguns itens, superaram a estimativa média dos analistas e cresceram em relação ao ano anterior.

Para o ano completo, a Macy’s prevê lucros ajustados de US$ 2,45 a US$ 2,85 por ação, abaixo da estimativa média dos analistas de US$ 3 e mais fraco que o ano anterior. A perspectiva de vendas líquidas da empresa também ficou abaixo da estimativa média dos analistas. A Macy’s descreveu 2024 como um ano de “transição e investimento”.

As vendas no critério “mesmas lojas” da marca Macy’s caíram 6% no quarto trimestre, enquanto as vendas na Bloomingdale’s, de alto padrão, caíram 1,5%. A Blumercury, que vende produtos de beleza e cuidados com a pele, teve acréscimo de 2,3%.

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Embora as vendas tenham caído em relação ao ano anterior em toda a empresa, as categorias de beleza e outlet da Macy’s tiveram um desempenho melhor durante a temporada de festas.

A Macy’s, assim como muitas varejistas de shopping, vem enfrentando dificuldades com uma mudança de longo prazo no comportamento do consumidor, que favorece compras online e em lojas fora de shoppings.

Em 2020, pouco antes da pandemia, a empresa anunciou uma estratégia separada, conhecida como Polaris, que visava estabilizar a rentabilidade e incluía um plano para fechar 125 lojas. No final, cerca de 85 lojas foram fechadas.

Grande parte do valor da empresa está relacionada ao imóvel.

Atualmente, a Macy’s opera 489 lojas com a bandeira Macy’s, 32 lojas da Bloomingdale’s e 158 lojas da Bluemercury nos EUA. Ao fechar mais 150 lojas Macy’s, a empresa será capaz de priorizar o investimento nas localidades restantes e continuar a expandir em locais menores e fora dos shoppings, afirmou a Macy’s em comunicado.

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