Credores da Unigel aprovam plano de reestruturação extrajudicial, dizem fontes

Fontes ouvidas pela Bloomberg News disseram que credores que detêm mais de 50% da dívida, entre eles a Pimco, apoiaram a proposta; dívida soma R$ 3,9 bilhões

Unigel
Por Vinícius Andrade - Cristiane Lucchesi - Giovanna Bellotti Azevedo
20 de Maio, 2024 | 05:01 PM

Bloomberg — A Unigel, fabricante de fertilizantes brasileira que enfrenta dificuldades, obteve a aprovação da maioria dos credores, incluindo a Pacific Investment Management Co. (Pimco) para seu plano de reestruturação extrajudicial, disseram pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

Os detentores de mais de 50% de dívida apoiaram a proposta, segundo as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque não estão autorizadas a falar sobre o assunto. A empresa tinha até segunda-feira para reunir o apoio de mais de 50% dos credores e evitar um pedido de recuperação judicial.

A Unigel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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A Unigel não pagou os vencimentos de seus títulos denominados em dólar e em real, devido à queda da receita. As perdas acumularam-se depois de os preços mais baixos da ureia e da amônia terem pressionado as suas operações, levando-a a atrasar pagamentos de seus compromissos, que incluem a manutenção de níveis de dívida suficientemente baixos em relação a uma medida dos lucros.

O plano, apresentado pela primeira vez em fevereiro, contava inicialmente com o apoio da Pimco, da DoubleLine Capital, da Amundi, da unidade de gestão do BTG Pactual (BPAC11), da Moneda, da Verde Asset Management e da Vontobel Asset Management.

Apenas alguns credores financeiros terão os seus créditos reestruturados nos termos do acordo, afirmou a Unigel no início deste ano. A proposta visa reestruturar uma dívida de cerca de R$ 3,9 bilhões.

A produtora química foi fundada por Henri Slezynger e é uma das principais fabricantes de fertilizantes no país. A família, que detém a Unigel por meio de uma holding, concordou em abrir mão de seu controle acionário como parte da reestruturação.

Os títulos em dólares foram negociados pela última vez a cerca de 32,5 centavos.

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