Cosan, de Rubens Ometto, vende R$ 9 bi em ações da Vale para reduzir a dívida

Holding de participações vendeu 173 milhões de ações da mineradora, que haviam sido adquiridas em 2022 a valores mais elevados; foco é a ‘disciplina financeira’, diz o empresário

Rubens Ometto lidera um dos maiores grupos empresariais do país, a Cosan (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)
Por Rachel Gamarski - Vinicius Andrade - Mariana Durão
16 de Janeiro, 2025 | 03:54 PM

Bloomberg — A Cosan, do bilionário Rubens Ometto, desistiu da participação na gigante Vale, e encerra sua aposta em um investimento em mineração para pagar dívidas.

A Cosan vendeu 173 milhões de ações em um negócio avaliado em quase R$ 9 bilhões, informou a empresa ao mercado.

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Ela pagou cerca de R$ 66,70 por ação quando comprou sua participação de 5% em 2022, acima dos R$ 52,6 por ação pelos quais o papel negociava na B3 quando o negócio foi anunciado nesta quinta-feira (16).

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A empresa tem lidado com altas taxas de juros - que continuarão a subir - e lucros menores de seus negócios de açúcar e etanol. A companhia tem lutado com dívidas desde que adquiriu a participação na Vale em 2022.

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“O nível atual das taxas de juros exige que reduzamos a alavancagem da Cosan”, disse Ometto em um comunicado. “O foco deve ser na disciplina financeira para que possamos continuar a crescer.”

As ações da Cosan (CSAN3) subiam perto de 1,30% às 15h25 na B3 em São Paulo, após terem saltado 8,6% no início do pregão. As da Vale (VALE3) subiam cerca de 0,10%. As ações da holding de Ometto estavam sendo negociadas no nível mais baixo em cerca de cinco anos.

Os investidores estavam céticos de que a Cosan, que se expandiu para vários setores, desde a produção de lubrificantes e postos de gasolina até o transporte ferroviário, seria capaz de encontrar sinergias com uma empresa de mineração.

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A companhia explorou várias opções para melhorar suas finanças, incluindo um IPO de sua unidade de lubrificantes no ano passado, mas aboliu o plano devido à falta de interesse de investidores.

A venda é a primeira grande decisão da empresa sob o comando do CEO Marcelo Martins, que foi promovido como parte de uma reformulação da gestão em outubro.

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A empresa avaliava vender a Vale desde o ano passado, disseram fontes na época. O Valor Econômico noticiou mais cedo nesta quinta-feira (16) que a venda estava próxima.

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