Consumo menor de destilados em LatAm derruba vendas da Diageo no mundo

Vendas orgânicas líquidas na região que inclui o Caribe recuaram 21,1% no ano fiscal; na divisão que inclui os EUA e é o seu principal mercado, inflação levou também à queda na demanda

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Bloomberg — Uma desaceleração do consumo nos mercados da América Latina e do Caribe (LAC, na sigla em inglês) e dos Estados Unidos levou a gigante de bebidas Diageo ao seu primeiro declínio anual de vendas - no ano fiscal encerrado em junho - desde o início da pandemia.

As ações da empresa britânica que produz destilados como o uísque Johnnie Walker, o gin Tanqueray, as vodcas Ketel One, Cîroc e Smirnoff e a tequila Don Julio, entre outras marcas globais e consagradas, chegaram a cair perto de 10% nesta terça-feira (30) em Londres, para seu nível mais baixo em quatro anos.

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A queda nas cotações se seguiu à divulgação de que as vendas líquidas caíram 1,4%, para US$ 20,3 bilhões, no ano fiscal. Foi a primeira redução anual desde 2020.

Consumidores escolheram opções mais baratas em mercados como a América Latina e têm bebido destilados que guardaram em casa no boom de compras na pandemia, o afetou as vendas da Diageo.

As vendas orgânicas líquidas recuaram 21,1% na região da LAC; excluída essa área, teria havido um avanço de 1,8%, ou US$ 330 milhões, graças a uma combinação de aumento de preços e mix de produtos.

Na região da América do Norte - o maior mercado da Diageo -, que inclui os EUA, a queda no mesmo indicador foi de 2,5%.

A empresa disse que o ambiente de consumo continua desafiador e que a pressão sobre as margens deve seguir em 2025.

A Diageo ficou sob pressão após um aviso sobre os lucros em novembro passado, quando a desaceleração na América do Norte se juntou ao colapso da demanda na América Latina e no Caribe.

Debra Crew, CEO da empresa globalmente, disse que os consumidores dos Estados Unidos estão reduzindo seus gastos. “Vocês observam uma inflação persistente que está realmente pesando sobre os consumidores e seus bolsos”, disse aos jornalistas em uma teleconferência.

A redução dos gastos fez com que o volume na América do Norte caísse 4%, com as vendas de sua marca de tequila premium Casamigos em queda de 22%. “Estamos enfrentando um ambiente desafiador nos EUA, assim como muitas outras empresas voltadas para o consumidor”, disse Crew.

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Por outro lado, as vendas líquidas de seus coquetéis prontos para beber aumentaram 15% nos EUA, com os consumidores gastando em martinis expressos, margaritas e negronis.

Os consumidores chineses continuam a beber bebidas alcoólicas que têm armazenadas em casa, em vez de sair e comprar mais, disse Crew, por causa da flexibilização posterior das restrições de bloqueio da covid no país.

A Diageo tampouco ganha participação de mercado no México, o segundo maior mercado da Diageo na América Latina, disse Crew. “A queda nos preços do uísque e da tequila nos afetou”, disse.

- Com informações da Bloomberg Línea.

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