Com dívidas de R$ 7 bi, InterCement obtém proteção judicial contra credores

Justiça aprovou o pedido de urgência e suspendeu por 60 dias medidas executivas que envolvem credores financeiros; empresa tem US$ 750 milhões em títulos que vencem na quarta

Cimento
Por Vinícius Andrade - Vanessa Dezem
16 de Julho, 2024 | 11:37 AM

Bloomberg — A fabricante brasileira de cimento InterCement obteve a aprovação da Justiça para um pedido de proteção contra credores poucos dias antes do vencimento de um bônus em dólar.

A companhia apresentou na segunda-feira (16) um pedido urgente de proteção cautelar em um tribunal de São Paulo. Nesta terça, a InterCement informou que a Justiça concedeu tutela de urgência, suspendendo por 60 dias medidas executivas envolvendo credores.

A empresa informou também que entrou com um pedido em um tribunal em Nova York para estender os efeitos da medida para a jurisdição americana, nos termos do Chapter 15.

Segundo a InterCement, a medida afeta os principais credores financeiros e “não atinge as obrigações assumidas pela Companhia com fornecedores, colaboradores, clientes, prestadores de serviço e demais parceiros comerciais”, afirmou em fato relevante.

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A InterCement luta com um pesado fardo de dívidas e tem US$ 750 milhões em títulos que vencem na quarta-feira (17). Os credores locais, que detêm a maior parte da dívida, têm prorrogado um acordo com a empresa para o adiamento do pagamento.

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A fabricante de cimento tentava chegar a uma venda para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3), e as conversas ainda estão em andamento, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, mesmo depois que o período de negociação exclusiva terminou sem um acordo.

A InterCement foi afetada pelas altas taxas de juros no Brasil, seu maior mercado. A fabricante encerrou o primeiro trimestre com uma dívida líquida de cerca de R$ 7 bilhões, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.

As vendas de ativos na África não foram suficientes para dissipar os temores sobre sua estrutura de capital, considerada “insustentável” pela Fitch Ratings.

Os títulos da empresa foram negociados pela última vez perto de 66 centavos de dólar, de acordo com dados da Trace.

-- Com informações da Bloomberg Línea sobre a aprovação do pedido nesta terça-feira

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