Bloomberg — O Spotify registrou mais uma vez um crescimento na base de assinantes acima do esperado no quarto trimestre, o que levou a empresa sueca que opera a maior e mais conhecida plataforma de streaming de música do mundo a registrar seu primeiro lucro anual desde a sua fundação em 2008.
O total de usuários ativos mensais aumentou para 675 milhões, disse o Spotify em um comunicado na terça-feira (4). O número ficou acima da estimativa média de Wall Street de 664,9 milhões, de acordo com analistas consultados pela Bloomberg.
A empresa também registrou um recorde de acréscimo de assinantes em um trimestre, com um aumento de 11% para 263 milhões, o que também superou as expectativas.
O fundador e CEO, Daniel Ek, tem pressionado o Spotify a crescer além de sua posição dominante no streaming de música, com uma estratégia que inclui acrescentar audiolivros, podcasts e vídeo e atrair mais assinantes pagantes, apesar de duas rodadas de aumentos de preços em pouco mais de um ano.
Combinado com a eliminação de cerca de 1.500 empregos, isso ajudou a gerar o primeiro lucro anual do Spotify desde seu lançamento. A empresa informou um lucro líquido de € 1,14 bilhão (US$ 1,2 bilhão) para todo o ano de 2024.
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Ek reconheceu a transformação da empresa e observou que, em seus primeiros 16 anos, o Spotify estava focado em “impulsionar uma escala significativa. Não nos preocupamos com a lucratividade”, disse ele em uma teleconferência com analistas.
“Por meio de reduções de custos, mas também por meio do ano de monetização, acho que agora estamos provando que também somos um ótimo negócio.”
‘Execução acelerada’
O CEO disse esperar que a empresa continue em sua trajetória de crescimento lucrativo neste ano e chamou 2025 de “o ano da execução acelerada”.
O Spotify pode “acelerar drasticamente o ritmo no que diz respeito à velocidade de nossos produtos”, disse ele. “Vamos dobrar a aposta na música e seremos disciplinados ao fazer isso.”
No primeiro trimestre, a empresa espera adicionar 3 milhões de usuários ativos mensais e cerca de 2 milhões de assinantes premium. Espera-se que a receita aumente em relação ao ano anterior para 4,2 bilhões de euros e que a margem bruta atinja 31,5%, impulsionada pelo aumento das assinaturas premium.
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As ações do Spotify, que tiveram uma valorização de 138% no ano passado, subiram até 11% nesta terça, para um recorde de US$ 606,95 com o início das negociações em Nova York.
6 milhões de podcasts
No início deste ano, o Spotify lançou uma nova oferta para criadores de vídeo que compensará os colaboradores com base na quantidade de conteúdo que os espectadores consomem, em vez de depender de anúncios. A medida coloca o Spotify ainda mais diretamente em concorrência com o YouTube, do Google, no crescente mercado de podcasts de vídeo - os videocasts.
O Spotify já tem mais de 300.000 podcasts de vídeo em sua plataforma, dado que cerca de 70% dos programas e redes elegíveis já optaram por participar do formato, disse o diretor de produtos e tecnologia, Gustav Soderstrom, durante a teleconferência.
A empresa hospeda um total de cerca de 6 milhões de podcasts. “Estamos incrivelmente satisfeitos com esses resultados iniciais e continuaremos a inovar a partir de agora”, disse ele.
O Spotify também triunfou recentemente em um processo judicial contra um serviço de cobrança de direitos autorais de música que tentou argumentar que a assinatura agrupada do serviço, que inclui audiolivros e música, não era legítima.
Em janeiro, o Spotify chegou a um novo acordo de distribuição com a Universal que leva em conta o novo modelo de negócios do Spotify, incluindo novos níveis de preços e pacotes de conteúdo musical e não musical.
Ek disse que vê o acordo como uma situação “ganha-ganha” para o streamer de música e para a gravadora - e prepara o Spotify para um forte crescimento. “Se crescermos, nossas gravadoras parceiras e o ecossistema também se beneficiarão disso”, disse Ek, sem fornecer mais detalhes sobre o acordo.
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