Coca-Cola prevê receitas mais altas com impulso de bebidas que estão mais caras

Gigante global de refrigerantes, sucos e isotônicos espera expansão orgânica de até 10% nas receitas em 2024; preços subiram 9% no segundo trimestre na média das regiões

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Bloomberg — A Coca-Cola elevou seu guidance para o ano inteiro, uma vez que os preços mais altos reforçaram o desempenho da gigante dos refrigerantes.

A empresa (KO) com sede em Atlanta agora prevê um crescimento orgânico da receita, que exclui a volatilidade cambial e outros itens, em uma faixa de 9% a 10% neste ano, acima da projeção anterior em abril de 8% a 9%.

A fabricante dos refrigerantes Fanta e do que dá nome à empresa, dos sucos Minute Maid e das bebidas esportivas Powerade informou que a receita orgânica aumentou 15% no segundo trimetsre, bem acima da estimativa média de 9,4% de analistas.

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A receita foi de US$ 12,3 bilhões no período, também acima da estimativa média dos analistas, enquanto o lucro por ação equivalente a 84 centavos superou as expectativas de 81 centavos. A margem operacional comparável foi de 32,8%, em comparação com 31,6% no ano anterior.

"Acho que a história da Coca-Cola está mudando, com o crescimento do lucro por ação sendo impulsionado mais pela expansão da margem decorrente da moderação das pressões sobre os custos do que pelos aumentos de preços, que têm sido o principal impulsionador nos últimos trimestres", disse Garrett Nelson, analista da CFRA, em um e-mail.

As ações da Coca-Cola subiram 1,6% desde a divulgação do resultado na terça (23) pela manhã. Até o fechamento de segunda-feira, as ações haviam subido quase 10% neste ano, abaixo, no entanto, do ganho de cerca de 15% do S&P 500 no mesmo período.

Embora os consumidores tenham começado a resistir aos valores mais altos de alguns produtos de supermercado, a Coca-Cola continuou a aumentar os preços de suas bebidas.

Na média das regiões, a empresa aumentou os preços de um mix de seus produtos em 9%, mais do que o aumento de 8% esperado pelos analistas. Os preços subiram 11% na América do Norte.

Em termos globais, o volume total da Coca-Cola aumentou 2%, em linha com as estimativas, embora tenha diminuído 1% na América do Norte.

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Os resultados contrastam com os da principal rival da Coca-Cola, a PepsiCo, que no início deste mês divulgou um crescimento de receita mais fraco do que o esperado, uma vez que seu negócio de salgadinhos foi prejudicado por compradores cada vez mais focados em preservar o orçamento da casa.

O CEO da Coca-Cola, James Quincey, estava em Londres quando os resultados foram divulgados e se preparava para a Olimpíada de Paris, em que a empresa é uma das principais patrocinadoras.

Entre outras promoções ligadas ao evento esportivo global, a empresa introduziu um novo Powerade Gold que, segundo a empresa, contribuiu para um aumento de 6% no volume neste trimestre.

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