Clube de futebol francês centenário e endividado é colocado à venda por 1 euro

O AC Ajaccio, na Córsega, enfrenta dificuldades financeiras e tem 8 milhões de euros em dívidas. Seu assessor financeiro diz que uma proposta que assuma a dívida leva o clube

Nationalist graffiti is painted on the wall of a post office near Bastia, northern Corsica, France, on Thursday, Oct. 18, 2007. President Nicolas Sarkozy met with racket victims during an Aug. 28 visit to Corsica, promising the state would protect them. There are signs the island is coming under control. Violence is down this year, the separatist movements are divided, and the economy in what's one of France's poorest regions is recovering. Photographer: Alastair Miller/Bloomberg News
Por David Hellier - Benoit Berthelot
07 de Fevereiro, 2025 | 03:05 PM

Bloomberg — O AC Ajaccio, clube de futebol da ilha mediterrânea da Córsega, joga na mesma liga que os times de propriedade da família bilionária Arnault, da LVMH, e da superestrela do futebol Kylian Mbappé. Há apenas dois anos, o time jogava contra o Paris Saint-Germain de Leo Messi.

Agora, está à venda por apenas 1 euro.

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Há um porém. O assessor financeiro do clube, Jordan Mathias, da CMM Partners, diz que aceitará ofertas de quem também concordar em assumir a dívida do clube. Esse valor é de cerca de 8 milhões de euros.

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O Ajaccio, time que disputa atualmente a segunda divisão do Campeonato Francês, foi fundado por volta de 1910 e, em 1967, tornou-se o primeiro clube da Córsega a jogar na primeira divisão da França. Está na mesma liga do Paris FC, da família Arnault, e do Caen, de uma empresa de Mbappé.

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Mas os troféus têm sido poucos e distantes entre si.

Como muitos clubes franceses, o Ajaccio está em uma situação financeira difícil.

Em dezembro, o DNCG, órgão de fiscalização financeira do esporte, decretou um rebaixamento preventivo no final da temporada se o clube não colocasse suas finanças em ordem, além de proibir a contratação de novos jogadores.

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Os clubes de futebol franceses têm sido afetados pela baixa receita dos direitos de TV, uma importante fonte de renda para os times europeus. O acordo de transmissão deste ano valeu cerca de metade do que os clubes haviam sido informados que poderiam esperar.

O AC Ajaccio também sofreu com a perda de um importante contrato de patrocínio.

Um representante do Ajaccio não retornou os pedidos de comentário.

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O AC Ajaccio tem jogado em algumas ocasiões na elite e na segunda divisão nas últimas décadas. Ele pertence à holding local Ajaccio Imperial Corse Investissement, presidida por Alain Orsoni, um político da Córsega.

Os dois principais clubes localizados na Córsega estão com dificuldades. Além do Ajaccio, o SC Bastia foi atingido por sanções semelhantes do DNCG em novembro, devido a problemas de tesouraria.

Ainda assim, as dificuldades dos times europeus menores não afastaram investidores.

O americano Glenn Straub, cuja empresa tem sede em Palm Beach, na Flórida, está interessado em uma possível aquisição do clube, de acordo com seu assessor José Lambiet. Straub deve assistir ao jogo da equipe contra o Guingamp no sábado (7).

Atualmente com 78 anos, Straub começou sua carreira assumindo a empresa de táxi de seu pai. Ele está ligado à empresa que administra o concurso de beleza Miss América, que em novembro entrou com pedido de proteção contra credores.

Lambiet disse que Straub gosta de comprar ativos em dificuldades e que há algum tempo procurava um time na Europa. Recentemente, ele esteve em discussões sobre a possível compra do Standard de Liege, da Bélgica.

“As pessoas ligadas ao Ajaccio nos receberam no aeroporto”, disse Lambiet. “Eles pareciam muito felizes por alguém prestar atenção neles.”

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