Chanel corta 70 empregos nos EUA diante de queda na demanda de luxo

Redução do quadro de pessoal, equivalente a 2,5% da força de trabalho nos EUA, se deve a uma queda mais ampla na demanda por produtos de alto padrão, segundo a gigante do mercado global dos bens de luxo

A Chanel store on Black Friday on Wilshire Boulevard in Beverly Hills, California, U.S., on Friday, Nov. 26, 2021. Consumers are finding some of the least-generous Black Friday and Cyber Week deals on record because of inflation, robust demand and diminished product availability. Photographer: Bing Guan/Bloomberg
Por Angelina Rascouet
26 de Janeiro, 2025 | 03:36 PM

Bloomberg — A Chanel cortou 70 vagas nos EUA. A decisão de reduzir o quadro de funcionários segue movimentos anteriores para limitar gastos e ajudará a Chanel a “adaptar-se melhor aos desafios econômicos atuais”, afirmou em um comunicado na quarta-feira (22). As 70 vagas representam cerca de 2,5% de sua força de trabalho nos EUA.

A publicação online Puck News foi a primeira a relatar os cortes.

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A Chanel é geralmente considerada uma das marcas mais exclusivas e resilientes, pois atende aos clientes mais ricos que podem gastar mais de € 10.000 (US$ 10.420) em uma bolsa. Mas os cortes de empregos ocorrem após uma queda mais ampla na demanda por produtos de alto padrão desde o boom pós-pandemia.

“Esperamos altos e baixos na demanda em qualquer mercado”, disse a Chanel, acrescentando que os EUA ainda são uma parte importante da estratégia de longo prazo da empresa.

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As Américas representaram cerca de 20% das vendas totais da Chanel em 2023, comparado a 28% na Europa e 52% na Ásia-Pacífico.

A empresa tinha cerca de 36.500 funcionários em 2023, de acordo com seus resultados anuais apresentados em maio passado. A Chanel reporta ganhos uma vez por ano.

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Na semana passada, a Richemont relatou vendas para o último trimestre que superaram as estimativas, em meio a um forte desempenho da marca de joias Cartier. Isso gerou esperanças de que o pior possa ter passado para a queda na demanda por produtos de alto padrão.

A LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton divulgará ganhos em 28 de janeiro.

A empresa de consultoria Bain previu em novembro que a indústria de bens de luxo pessoais fecharia 2024 com estabilidade nas vendas, mas poderia crescer até 4% em 2025.

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A Chanel é propriedade de Alain e Gerard Wertheimer, cujas fortunas são estimadas em cerca de US$ 46 bilhões cada, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

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