Bloomberg — O CEO da Estée Lauder (EL), Fabrizio Freda, planeja se aposentar no final de junho de 2025, encerrando um reinado de uma década e meia que transformou a empresa em uma gigante global de cosméticos, mas que enfrentou problemas nos últimos anos.
Freda, de 66 anos, continuará a liderar a empresa até que um sucessor seja nomeado, disse a companhia em um comunicado nesta segunda-feira (19). A Estée Lauder disse que está “bem avançada” na busca por um novo CEO e considerou vários candidatos internos e externos.
Separadamente, a empresa previu na segunda-feira um crescimento da receita anual abaixo das expectativas dos analistas, em um sinal de que a promessa de Freda de uma virada na empresa não tem se materializado tão rapidamente quanto os investidores esperavam.
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A Estée Lauder cortou o guidance (projeção) no ano passado, dando a impressão a investidores, às vezes, de que os executivos não têm uma compreensão sólida da dinâmica que está moldando seus negócios.
A Estée Lauder espera que a receita em seu atual ano fiscal fique entre uma queda de 1% e um aumento de 2%.
Os analistas consultados pela Bloomberg previam um aumento de 5,6%, para US$ 16,5 bilhões. A empresa também prevê lucros ajustados de US$ 2,78 a US$ 2,98 por ação para o ano fiscal, abaixo da estimativa média dos analistas de US$ 3,97.
As ações chegaram a cair 8% no pré-mercado em Nova York devido aos fracos resultados dos lucros, mas reduziram as perdas. As ações da empresa caíram 35% até o momento neste ano, no fechamento de sexta-feira, em comparação com um aumento de 16% no índice S&P 500.
Os resultados são o mais recente golpe no plano de longa data de Freda de transformar a China em um motor de crescimento para a empresa. Mas, nos últimos dois anos, as vendas da Estée Lauder em lojas duty-free no país desabaram e a demanda nas cidades chinesas foi mais fraca do que os executivos previram.
A empresa culpou o “persistente sentimento fraco entre os consumidores chineses” pela redução do guidance.
"Embora nossa perspectiva de vendas e lucros para o ano fiscal de 2025 seja decepcionante, este ano faremos avanços importantes, à medida que implementamos nossa redefinição de estratégia", disse Freda na declaração de lucros.
Queridinha de Wall Street
Freda, que está no cargo desde 2009, foi fundamental para transformar a Estée Lauder em uma gigante dos cosméticos que vende marcas como Clinique, MAC, The Ordinary, La Mer e Jo Malone em todo o mundo.
O crescimento nos anos anteriores à pandemia fez da Estée Lauder uma queridinha de Wall Street e ajudou os membros da família Lauder a se tornarem bilionários. Freda é um dos dois CEOs a liderar a empresa fora da família Lauder.
As ações subiram 467% durante seu longo mandato, acompanhando um pouco abaixo do desempenho do S&P 500 durante esse período.
No entanto, a empresa tem sofrido dificuldades desde a pandemia, pressionando Freda a restaurar a gigante dos cosméticos à sua antiga glória.
Os negócios da Estée Lauder em lojas duty-free na Ásia, especialmente na China, desabaram e demoraram a se recuperar em meio a uma recuperação lenta do setor de viagens e ao mau planejamento da empresa.
A empresa também não tem sido tão ágil quanto alguns concorrentes novatos, deixando de aproveitar as tendências de beleza das redes sociais e perdendo participação no mercado.
Esses desafios levantaram dúvidas sobre quanto tempo Freda permaneceria na empresa.
Em fevereiro, Freda disse à Bloomberg News em uma entrevista que “não vou a lugar algum” e que estava comprometido com a empresa.
A Estée Lauder anunciou na época que cortaria até 3.000 cargos como parte de um plano de reestruturação.
Freda continuará a implementar esse plano durante o ano que vem e estará disponível como consultor no ano seguinte à sua saída, informou a empresa.
O plano “nos posicionará para superar o desempenho da beleza de prestígio no ano fiscal de 2026 e acelerar a expansão da lucratividade”, prometeu Freda na segunda-feira.
Sua saída faz parte de uma mudança de guarda na Estée Lauder após a turbulência financeira na empresa. A diretora financeira de longa data, Tracey Travis, também está deixando o cargo em 30 de junho de 2025, após mais de 12 anos na função, informou a empresa no mês passado.
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