Bloomberg — O CEO da Amazon, Andy Jassy, disse que a gigante do e-commerce tentará manter os preços baixos, mas afirmou que os sellers poderiam repassar alguns custos tarifários aos clientes.
“Analisamos todas as coisas que podem afetar os consumidores e os clientes”, disse ele na quinta-feira (10) em uma entrevista a Andrew Ross Sorkin na CNBC. “É difícil saber o que realmente vai acontecer [...] neste momento.”
Jassy disse não ter visto nenhuma mudança no comportamento do consumidor desde que o presidente Donald Trump anunciou tarifas sobre dezenas de países na quarta-feira da semana passada (2).
Trump suspendeu muitas delas ontem (9), mas aumentou as tarifas sobre a China, país em que a Amazon obtém grande parte de seu estoque.
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Questionado sobre se conversa com o governo Trump sobre as tarifas, ele disse que a Amazon compartilhou suas preocupações e que as autoridades americanas estavam cientes delas.
Jassy também divulgou sua carta anual aos acionistas, na qual disse que a Amazon precisa operar como a “maior startup do mundo”, enquanto trabalha para atender à demanda por Inteligência Artificial (IA) e reduzir a burocracia em suas fileiras.
A Amazon, assim como a maioria das maiores empresas de tecnologia, apostou fortemente na IA e destinou grande parte de seus US$ 100 bilhões em despesas de capital planejadas para este ano a projetos relacionados a essa tecnologia.
A maior parte disso é voltada para data centers operados pela Amazon Web Services (AWS). A empresa também revelou recentemente uma atualização há muito tempo adiada para a Alexa, que dará à assistente de voz poderes de conversação mais fluentes.
Jassy também destacou as inovações na área de saúde e o crescimento dos produtos Amazon Pharmacy e Amazon One Medical, dizendo que a empresa continuará a trabalhar rapidamente para expandir esses serviços.
Jassy, que assumiu o lugar do fundador Jeff Bezos em 2021, deu continuidade à tradição de seu antecessor de enviar cartas anuais aos acionistas.
As cartas anteriores destacavam o negócio de IA da empresa e prometiam grandes apostas apesar dos cortes de custos. Sua primeira carta tratava de lesões entre os trabalhadores dos depósitos da Amazon.
O executivo também tem buscado reformular a cultura corporativa da Amazon: chama a atenção para exemplos de burocracia e incentiva os funcionários a se movimentarem mais rapidamente e a fazerem mais com menos.
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Ele supervisionou cortes de custos que significaram demissões para dezenas de milhares de trabalhadores e pediu aos demais que se apresentassem diariamente no escritório.
Isso significou acabar com a flexibilidade da era da pandemia, em uma medida que refletiu preocupações de que os novos colaboradores não estavam adotando a famosa cultura da empresa de trabalho duro.
Jassy disse na carta de quinta-feira que a empresa conduziu uma pesquisa com os funcionários para pedir exemplos de burocracia desnecessária e recebeu quase 1.000 respostas.
“Aqueles que fazem odeiam a burocracia”, disse Jassy. “Ela os atrasa, os frustra e os impede de fazer o que vieram fazer aqui. Como líderes, nem sempre vemos a burocracia enterrada nas profundezas de nossas organizações, mas podemos com certeza eliminá-la quando a vemos.”
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