Carros voadores terão primeira fábrica no país no interior de SP, decide Eve

Unidade para produção dos chamados eVTOLs será em Taubaté, onde a Embraer, controladora da Eve, já tem uma unidade; primeiras entregas estão previstas para 2026

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Bloomberg Línea — A primeira fábrica dos carros voadores elétricos, conhecidos pela sigla eVTOL, será na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo. O anúncio foi feito nesta manhã de quinta-feira (20) pela Eve, uma das maiores empresas do novo segmento e que é controlada pela Embraer (EMBR3).

A empresa, que é listada na Bolsa de Nova York desde maio de 2022, planeja iniciar a montagem do primeiro protótipo do eVTOL nesta segunda metade de 2023, seguido pela campanha de testes em 2024. O eVTOL da Eve está programado para as primeiras entregas e entrada em serviço em 2026.

“Quando começamos a procurar um local para fabricar nosso eVTOL, quisemos repensar como a aeronave poderia ser construída utilizando as mais recentes tecnologias e processos de fabricação, combinados com outros aspectos, como a cadeia de suprimentos e logística”, disse André Stein, co-CEO da Eve, em comunicado.

A referência do executivo é o fato de a planta industrial será localizada em uma área a ser ampliada dentro de uma unidade existente da Embraer na cidade. A sede da fabricante brasileira de aeronaves fica também a cerca de 40 quilômetros de Taubaté, ou menos de uma hora de carro.

Há um mês, a Eve anunciou os três primeiros fornecedores: a Nidec Aerospace, uma joint venture entre a Nidec Corporation e a Embraer, que fornecerá o sistema de propulsão elétrica; a britânica BAE Systems, maior empresa da área de defesa na Europa, que fornecerá um sistema de armazenamento de energia; e a francesa DUC Hélice Propellers, que fornecerá os rotores e hélices para o eVTOL.

Outro passo importante do processo é a obtenção das certificações necessárias no Brasil e no mundo, conforme comentou Stein em entrevista à Bloomberg Línea em fevereiro deste ano.

“A certificação [de uma aeronave], mesmo em um ambiente tradicional, é um objetivo bastante difícil. Um dos nossos diferenciais é ter a Embraer por trás, foram 30 modelos de aeronaves [certificadas] só nos últimos 25 anos, isso ajuda a ter um processo bem definido”, disse o executivo na ocasião.

“Temos usado pessoas e processos da Embraer e estamos muito confiantes no processo, que está seguindo dentro do curso planejado. É uma das nossas zonas de conforto”, completou à época.

Na entrevista em fevereiro, o executivo contou que os carros voadores elétricos com decolagem e pouco vertical tinha uma carteira de pedidos de 2.770 aeronaves, com 26 clientes diferentes.

“Essa decisão [da escolha de Taubaté] está alinhada ao nosso plano estratégico de crescimento baseado em inovação e sustentabilidade”, disse Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer, em comunicado.

“Acreditamos no enorme potencial do mercado global de mobilidade aérea urbana e reforçamos nosso compromisso com a Eve como uma das principais empresas desse setor.”

- Em atualização.

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