Carro elétrico ou a combustão? Para a Volks, o plano é ser flexível, diz CFO

Em entrevista à Bloomberg Television, Arno Antlitz diz estar convencido de que o futuro será elétrico, mas que, neste momento, a estratégia é ‘bastante flexível’ sobre rumo dos investimentos

Um Golf híbrido é recarregado com energia elétrica: Volkswagen observa também desaceleração da demanda por carros elétricos
Por Monica Raymunt - Matthew Miller
12 de Janeiro, 2024 | 04:50 AM

Bloomberg — A Volkswagen decidiu adotar flexibilidade na maneira como gasta os recursos financeiros destinados a carros elétricos e a combustão, à medida que a adoção dos que são movidos a bateria desacelera em alguns mercados, disse o CFO, Arno Antlitz, em entrevista à Bloomberg Television.

A montadora alemã enfrenta um momento de alguma relutância dos clientes em relação aos veículos elétricos na Europa e talvez nos Estados Unidos, disse Antlitz na quarta-feira (10).

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A Tesla (TSLA) de Elon Musk chegou muito perto de superar, apenas com modelos elétricos, a marca premium da VW, a Audi, em entregas globais de veículos no ano passado.

“Nossa estratégia é bastante flexível e também oferece robustez e flexibilidade para o futuro”, disse Antlitz, acrescentando que cerca de um terço de seus investimentos visa manter os modelos a combustão competitivos. “Mas estamos totalmente convencidos de que o futuro será elétrico.”

A Volkswagen, maior empresa automotiva da Europa e uma das principais do mundo, está implementando cortes de custos para impulsionar os retornos em sua marca homônima que tem apresentado desempenho abaixo do esperado. Ao mesmo tempo, faz investimentos significativos para recuperar o impulso na China, onde marcas locais de veículos elétricos como a BYD, além da Tesla, têm se destacado.

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No mês passado, a Audi disse que está reduzindo o lançamento de veículos elétricos para evitar sobrecarregar fábricas e concessionárias em um momento de crescimento mais lento nas vendas de veículos elétricos. A marca conseguiu ficar à frente da Tesla nas entregas totais de veículos em 2023 graças a um aumento de 17% nas vendas.

Enquanto isso, a Volkswagen mira a América do Norte para reduzir a dependência da China. O sucesso nos EUA tem escapado da VW há muito tempo devido à falta de modelos de SUVs e picapes.

A VW agora tem “todos os ingredientes” para ser bem-sucedida na América do Norte à medida que a indústria migra para os veículos elétricos, incluindo baterias competitivas que serão fabricadas em Ontário, no Canadá, disse Antlitz.

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A empresa alemã está revivendo a marca offroad Scout para começar a fabricar modelos totalmente elétricos a partir de 2026 em uma fábrica de baterias e veículos que demandou investimentos de US$ 2 bilhões no estado da Carolina do Sul.

O plano da Volkswagen para elevar a participação de carros elétricos nas suas vendas globais totais nos próximos anos

A VW lança a nova marca de veículos elétricos no momento em que o ritmo de crescimento da demanda nos EUA começa a ficar aquém das previsões, devido a condições econômicas mais difíceis e preços elevados de veículos elétricos que ainda tornam os carros a combustão mais atraentes.

A empresa alemã também enfrenta dificuldades com os pedidos de alguns de seus veículos elétricos na Europa, a tal ponto que dispensou trabalhadores temporários e reduziu turnos em suas fábricas alemãs no ano passado.

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Vender mais modelos como os SUVs Atlas e ID.4 nos EUA, por outro lado, já começa a render frutos. As vendas na América do Norte subiram 18%, para quase 1 milhão de veículos, no ano passado, mesmo que isso ainda seja insignificante em comparação com os mais de 3,2 milhões de entregas na China.

Em 2023, os veículos elétricos representaram 8,3% das entregas totais de veículos da Volkswagen, o que representou ficar no extremo inferior da faixa-alvo da empresa.

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