Bloomberg Línea — O fundo Arila, ligado ao empresário Nelson Tanure, obteve autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para adquirir a rede de supermercados Dia no Brasil, do fundo Lyra II. A decisão foi tomada em parecer do Cade publicado na última sexta-feira (27).
O Lyra II estava sob o comando da rede desde maio, quando o grupo espanhol Dia vendeu a operação brasileira, atualmente em recuperação judicial com dívidas de R$ 1,1 bilhão.
Na decisão, as autoridades do Cade consideraram que o grupo comprador não possui atuação no mercado de varejo, o que não provocaria concentração econômica.
Segundo o texto, a aquisição “configura uma mera substituição de agente econômico, não demandando, deste modo, uma análise mais aprofundada dos mercados envolvidos”. Para o órgão, a operação não acarreta prejuízos ao ambiente concorrencial.
De acordo com os documentos, o Dia Brasil opera 244 lojas no estado de São Paulo, enquanto a sua subsidiária DBZ atua na gestão e administração dos imóveis da varejista.
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A aprovação sem restrições do Cade abre caminho para que Tanure viabilize uma fusão entre o Dia e a rede rival GPA (PCAR3), dona do Pão de Açúcar, conforme adiantado pela Bloomberg News no início do mês.
Conhecido por investir em ativos com dificuldades, Tanure já adquiriu 9% do GPA e pode apresentar uma proposta de fusão entre as empresas já no primeiro trimestre de 2025, segundo fonte ouvida pela reportagem da Bloomberg News.
O GPA tem cerca de 700 lojas físicas, e o Dia tem mais de 200. O jornal Valor Econômico noticiou pela primeira vez o interesse da Tanure em fundir as duas empresas em 12 de dezembro.
As ações do GPA chegaram a subir mais de 2% nesta segunda-feira (30) em reação à notícia, e ficou entre as maiores altas do Ibovespa. Ao longo do pregão, os papéis perderam força e operavam em alta de 0,37% por volta das 14h30.
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