Bloomberg Línea — O uso de Inteligência Artificial Generativa começa se tornar mais presente na indústria bancária do país e promete mudar a forma como os clientes se relacionam com suas finanças, com maior agilidade nas transações.
Um dos exemplos mais recentes é o do C6 Bank, com um chat dentro do seu app com a capacidade de reconhecer um screen shot (ou print) de tela do celular ou um papel fotografado com dados de pagamento e então executar uma ordem. Trata-se de um dos pioneiros na oferta desse tipo de solução no país.
O chat com IA Gen, batizado de C6 Assistant, foi desenhado para identificar chaves Pix, valores ou códigos de barras, interpretar a ordem e executá-la após as devidas etapas de segurança (biometria facial e autorização do cliente).
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A partir da próxima segunda-feira (2), o recurso começa a ficar disponível para a base de 35 milhões de clientes, disse o CFO do C6 Bank, Philippe Katz, em conversa com jornalista nesta quinta-feira (28).
“Nosso objetivo é construir uma nova forma de o cliente interagir com o banco. Estamos preparando mais novidades para os próximos meses”, disse o executivo.
Entre as futuras funcionalidades, o banco testa um serviço de voz que permitirá ao usuário dar comandos ao app, desde a consulta sobre detalhes de sua fatura de cartão até ordens para pagamentos e investimentos.
“A IA ajudará o cliente a buscar e listar investimentos, checar sua posição em ativos, fazer aportes e resgates com um comando. O banco inteiro, que tem mais de 100 produtos e serviços, vai rodar dentro do C6 Assistant”, disse Katz.
Uma das novas funções pode ser explicada como “converse com sua fatura”. O assistente do C6 foi treinado para informar em que categorias de produtos e serviços o usuário gastando o seu dinheiro e para antecipar pagamentos de fatura e boletos.
“Quanto gastei neste mês com Uber? E com iFood? Que boletos tenho de pagar neste mês? O assistente vai cuidar de tudo, e o cliente vai usar sua voz para dar o comando”, exemplificou o CFO.
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Internamente, o banco comandado por Marcelo Kalim, com o JPMorgan como sócio, já utiliza a tecnologia de IA na revisão de linhas de código escritas por desenvolvedores e na análise de contratos, o que otimiza o desempenho de pessoal e impulsiona a alavancagem operacional.
“A IA é uma maneira de controlar e reduzir custos, e de aumentar a produtividade. Nosso time de câmbio já conseguiu melhorar a eficiência no processo de aprovação de contratos, reduzindo tempo”, afirmou Katz.
Conversa com outros apps
Gustavo Torres, CINO (Chief Innovation Officer) do C6 Bank, reforçou a mensagem de que o objetivo da nova solução, desenvolvida pelo banco, é auxiliar o cliente a transacionar com o aplicativo.
O atual chat do aplicativo, usado para tirar dúvidas e encaminhar consultas para atendentes humanos, vai coexistir com o C6 Assistant e poderá no futuro ser incorporado pela ferramenta de IA, segundo Torres.
“O C6 Assistant nasce para ser um assistente transacional, mas tem também a capacidade de direcionar os usuários para os atendentes. No momento, nosso foco é 100% transacional”, afirmou o CINO.
Ele também apontou como objetivo “encurtar” a distância entre o banco e os aplicativos que os clientes mais usam, de redes sociais a outros de e-mail, nuvem e fotos, entre outros.
“Se um cliente recebeu do amigo uma mensagem de texto no WhatsApp cobrando sua parte no churrasco, ele poderá apenas encaminhe a mensagem para o app do C6 ou copiar e colar no chat do C6 Assistant”, segundo os executivos.
José Luiz Santana, CISO (Chief Information Security Office) do C6 Bank, reforçou a preocupação da instituição com a segurança, citando que a nova solução está 100% embarcada no app e exige senha ou biometria facial.
“É um ambiente totalmente controlado por nós, regido pelo mais alto nível de segurança”, disse Santana, citando o uso da geolocalização para controle dos locais considerados e classificados como seguros pelos clientes e a necessidade de biometria para autenticação das operações.
O C6 Assistant também foi desenhado para identificar códigos maliciosos escondidos em imagens e arquivos PDF recebidos para upload pelos usuários, segundo o CISO.
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