Bloomberg — A BYD solicitou a fornecedores que aceitem cortes de preços no próximo ano, em um sinal de que a montadora chinesa de veículos elétricos - e a líder global em vendas - se prepara para prolongar ou até intensificar a brutal guerra de preços no mercado automotivo.
Uma captura de tela de um e-mail, supostamente enviado pela gigante automotiva com sede em Shenzhen, circulava nas redes sociais nesta quarta-feira (27), com pedidos de cortes de 10% nos preços de um fornecedor não identificado a partir de janeiro de 2025.
“A negociação anual com fornecedores é uma prática comum na indústria automotiva,” disse Li Yunfei, diretor de relações públicas e branding da BYD, em resposta ao e-mail em uma postagem no Weibo nesta quarta-feira.
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“Apresentamos metas de redução de preços aos fornecedores. Não são requisitos obrigatórios. Podemos negociar.”
O e-mail sugere que a montadora de veículos elétricos se posiciona para resistir a um mercado que promova novos descontos no próximo ano.
A guerra de preços no mercado automotivo da China, que já dura pelo menos dois anos, provocou uma onda de consolidação e colocou empresas menores à beira do colapso.
Fabricantes ocidentais, como Volkswagen e Stellantis, formaram parcerias com marcas chinesas, entre elas, a Xpeng e Zhejiang Leapmotor Technology, na tentativa de alavancar sua expertise em veículos elétricos, enquanto marcas premium de elétricos, como a HiPhi e a WM Motor, enfrentam processos de falência.
Até agora, a BYD conseguiu atravessar a turbulência praticamente sem danos, se não fortalecida. No início deste ano, a montadora liderou uma nova rodada de cortes de preços em toda a indústria, que resultou em ganhos de participação de mercado com sucesso e pressão sobre rivais mais fracos.
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A empresa continua a registrar níveis recordes de receita e renda. No trimestre mais recente, sua receita superou a da Tesla pela primeira vez, e sua margem bruta subiu para 21,9%, o maior nível em um ano.
A fabricante de veículos elétricos cresceu e tornou-se a marca de carros mais vendida da China, com a comercialização de cerca de 3,2 milhões de veículos híbridos plug-in e elétricos neste ano, incluindo um recorde de 500 mil unidades somente em em outubro.
A empresa está a caminho de vender pelo menos 4 milhões de unidades até o fim do ano.
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