Bloomberg — A BYD considera comprar ativos de mineração de lítio no Brasil enquanto busca garantir o fornecimento de matérias-primas para expandir sua produção de carros elétricos fora da Ásia.
A nova fábrica da empresa chinesa no Brasil incluirá uma unidade de processamento de fosfato de lítio e ferro para o mercado internacional, e a BYD espera poder terminar as obras em menos de dois anos, segundo Stella Li, vice-presidente global da BYD.
“Preferimos comprar qualquer recurso disponível e acessível, mas precisa ser competitivo. Ao mesmo tempo, a BYD também prefere possuir alguma operação de mineração no Brasil”, disse Li em entrevista à Bloomberg News em São Paulo.
A América Latina tem emergido como mercado promissor para os fabricantes de automóveis que procuram explorar metais utilizados em veículos elétricos, em meio à transição da indústria dos combustíveis fósseis para uma matriz mais limpa.
A Stellantis (STLA) e a mineradora Rio Tinto (RIO) aumentaram seus investimentos em um gigantesco depósito de cobre na Argentina, enquanto a Ford (F) fechou recentemente um acordo com o produtor chileno de lítio SQM.
Li faz parte de uma delegação de executivos da BYD que viajou pela América Latina, incluindo o presidente e fundador da empresa, Wang Chuanfu.
No Chile – o país com as maiores reservas mundiais de lítio – Wang encontrou-se com o presidente Gabriel Boric para discutir a aceleração da eletrificação e o desenvolvimento da indústria local de lítio.
No nordeste do Brasil, a BYD investirá R$ 3 bilhões para construir sua primeira fábrica de carros elétricos fora da Ásia e planeja um centro de pesquisa e desenvolvimento para avançar em tecnologias para um motor híbrido flex.
Seu concorrente chinês Great Wall Motor planeja começar a fabricar seus primeiros modelos EV pré-séries no país em maio do próximo ano.
“Vamos construir esta fábrica rapidamente”, disse Li. “Precisamos garantir que, no futuro, todos os carros que vendemos aqui sejam 100% produzidos aqui. A BYD se tornará uma empresa brasileira.”
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