Bloomberg — O Bumble (BMBL) está reduzindo sua força de trabalho em cerca de um terço após uma recente reorganização executiva. A empresa de aplicativos de namoro online tenta reformular seus produtos para reviver o crescimento de usuários.
A companhia eliminará cerca de 350 cargos globalmente, segundo informou na terça-feira (27) ao divulgar os resultados trimestrais. Os cortes ajudarão a centralizar equipes de engenharia e produto em menos locais e devem acelerar a tomada de decisões para que a empresa possa priorizar recursos de inteligência artificial e segurança, disse a CEO Lidiane Jones em uma teleconferência com analistas.
O Bumble tinha mais de 950 funcionários no final de 2022, dos quais cerca de 770 estão localizados fora dos Estados Unidos, de acordo com um documento.
A empresa espera incorrer em cerca de US$ 20 milhões a US$ 25 milhões em encargos não recorrentes como resultado dos cortes.
Por outro lado, economizará cerca de US$ 55 milhões por ano com os cortes de empregos, dos quais espera “reinvestir seletivamente aproximadamente US$ 15 milhões em áreas de produto, engenharia, segurança e marca que ajudarão a impulsionar o crescimento a longo prazo”, disse a diretora financeira Anuradha Subramanian.
O guidance do Bumble estima uma receita para o trimestre atual de US$ 262 milhões a US$ 268 milhões, ficando aquém da estimativa média dos analistas de US$ 277,6 milhões. No quarto trimestre, a receita foi de US$ 273,6 milhões, também aquém das estimativas.
O Bumble está passando por uma mudança organizacional depois que a fundadora Whitney Wolfe Herd anunciou em novembro que estava deixando o cargo de CEO e o passou para a presidente executiva. A brasileira Lidiane Jones, que ingressou no Slack em janeiro, nomeou quatro novos executivos do alto escalão no Bumble, incluindo dois de sua companhia anterior, na semana passada.
A nova equipe supervisionará uma grande reformulação do aplicativo de namoro no segundo trimestre para criar um apelo mais forte para os usuários mais jovens, disse Jones.
A empresa quer reviver o crescimento de pagantes, que está desacelerando desde o final de 2021, pois os inúmeros recursos do produto introduzidos nos últimos 18 meses diminuíram o desempenho geral do aplicativo e complicaram a experiência do usuário, acrescentou Jones.
A CEO disse que o número de usuários ativos está passando por uma “transição geracional que espera, com razão, mais” de suas experiências de namoro.
“Temos muitos usuários hoje que adoram o paradigma do namoro online — deslizar o dedo na tela e descobrir e pesquisar —, mas também há um conjunto de usuários que desejam mais flexibilidade para poder experimentar e descobrir pessoas de maneira mais orgânica e natural”, disse Jones na teleconferência.
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