Bloomberg Línea — O BTG Pactual (BPAC11), maior banco de investimento da América Latina, renovou seu recorde de receita (R$ 5,7 bilhões) e lucro (R$ 2,7 bilhões) no terceiro trimestre, com avanço anual de 19% nas duas linhas do resultado. Os ativos sob gestão cresceram 25% em 12 meses, totalizando R$ 1,5 trilhão.
O resultado, divulgado na manhã desta quarta-feira (8), teve a maior contribuição das franquias de clientes, que seguem em crescimento em ritmo acelerado, segundo a instituição financeira. Com essa performance, a rentabilidade medida pelo ROE (retorno sobre o patrimônio) fechou o trimestre em 23,2%, refletindo o impulso de todas as linhas de negócio e a contínua alavancagem operacional. Foi o maior patamar desde 2015.
Neste ano, as units do BTG negociadas na B3 acumulam valorização de 37%, entre as maiores altas do Ibovespa.
Nos últimos anos, o BTG realizou várias aquisições para reforçar sua estratégia de captação de clientes na plataforma de varejo digital. O balanço apontou que as aquisições de Empiricus/Vitreo, Necton, Fator, BTG Pactual Advisors e Banco Pan já foram 100% amortizadas. No terceiro trimestre, as despesas com amortização de ágio somaram R$ 203,1 milhões (queda de 17,3% em três meses).
Em outubro, o BTG Pactual anunciou a aquisição da Órama, plataforma digital de investimento com R$ 18 bilhões de ativos sob custódia. O negócio segue a estratégia de ganho de escala da base de clientes e avanço na oferta de produtos e serviços de investimento para pessoas físicas, segundo o banco.
Bônus acompanha performance
Com o novo recorde da receita e do lucro, os profissionais engajados na expansão das linhas de negócios são recompensados com bônus maiores. Segundo o BTG Pactual, as despesas de bônus somaram R$ 717,8 milhões no terceiro trimestre, alta de 5,4% em três meses e de 26% em 12 meses.
“O aumento das despesas com bônus é resultado do crescimento das receitas (proveniente especialmente das franquias de cliente)”, explicou o banco no balanço.
O BTG paga bônus de acordo com seu programa de participação nos lucros. O cálculo considera o percentual da receita ajustada ou operacional menos despesas operacionais. As pessoas com pessoal cresceram 21,2% em 12 meses.
“Durante o trimestre, o total de funcionários permaneceu quase inalterado e em linha com nossa estratégia de obter cada vez mais alavancagem operacional à medida que nossas receitas crescem em ritmo acelerado”, justificou o banco.
Entre julho e setembro, o BTG registrou R$ 539,3 milhões em despesas com salários e benefícios, acima dos R$ 535,7 milhões no segundo trimestre e dos R$ 445 milhões em igual período do ano passado.
DCM tem receita recorde
Ao apresentar seus resultados, o BTG detalhou a composição dos recordes de receita.
A área de Investment Banking teve receita de R$ 590,1 milhões, alta de 93% em três meses e de 12% em 12 meses, com receitas recordes em DCM (Debt Capital Market, mercado de crédito). O BTG diz que seguiu na liderança nos três segmentos (DCM, ECM e M&A) no Brasil e na América Latina.
“Neste trimestre, nossas franquias de cliente seguiram crescendo significativamente. Atingimos a marca de R$ 1,5 trilhão na gestão e administração de recursos de terceiros, com fortes captações líquidas durante todo o ano, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador”, disse Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, em comunicado.
Já a área de Corporate & SME Lending reportou recorde de receita de R$ 1,32 bilhão, com expansão de 41% em 12 meses. O portfólio de crédito atingiu R$ 160,6 bilhões no trimestre, aumento de 24% em 12 meses, dos quais R$ 17,7 bilhões (ou 11% do total) referente ao portfólio de PME.
Na área de Sales & Trading, o BTG totalizou R$ 1,45 bilhão, um crescimento de 5% em 12 meses.
Em Asset Management, o total de ativos sob gestão e administração alcançou R$ 807,5 bilhões no terceiro trimestre, alta anual de 21%, com captação líquida de R$ 28 bilhões no período e receita de R$ 467,4 milhões.
A unidade de negócios de Wealth Management & Consumer Banking teve recordes de receitas pelo 19º trimestre consecutivo, de R$ 791,7 milhões, alta anual de 21%. Os ativos sob gestão atingiram R$ 665,8 bilhões (+31% em 12 meses). A área teve captação líquida de R$ 31,3 bilhões. Esse é mais um trimestre de receita recorde, destacou a nota do BTG Pactual.
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