BTG Pactual tem lucro recorde de R$ 12,3 bi em 2024 e chega a R$ 1,9 tri em ativos

Maior banco de investimento de LatAm espera expandir a rentabilidade em 2025 após um ROAE de 23,1% no ano passado e uma captação líquida de R$ 247 bilhões, apesar de cenário macro desfavorável

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Bloomberg Línea — O BTG Pactual (BPAC11) alcançou resultados recordes em 2024, como reflexo do aumento da alavancagem operacional e da diversificação de seus negócios, apesar do cenário macroeconômico mais desafiador.

O maior banco de investimento independente do Brasil e da América Latina reportou nesta manhã de segunda-feira (10) um lucro líquido de R$ 12,3 bilhões no ano passado com uma receita total de R$ 25,1 bilhões, o que significa um crescimento de 16% e 18%, respectivamente.

O desempenho do quarto trimestre também foi histórico, com o lucro líquido ajustado de R$ 3,3 bilhões, um crescimento de 15% em 12 meses, enquanto as receitas totalizaram R$ 6,7 bilhões, avanço de 19% no período.

Houve uma captação (Net New Money) de R$ 247 bilhões ao longo do ano, o que levou o total de recursos de clientes sob gestão e administração para o patamar de R$ 1,9 bilhões, um aumento anual de 21%.

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O banco liderado por André Esteves e Roberto Sallouti atribuiu essa performance à “força da rede de distribuição e ao contínuo ganho de market share”, segundo relatório ao mercado.

No quarto trimestre, o Net New Money chegou a R$ 50 bilhões, acima da cifra do quarto trimestre do ano passado (R$ 41 bilhões).

A rentabilidade medida pelo ROAE (retorno ajustado sobre o patrimônio líquido) ficou em 23,1%, o que estendeu a sequência de melhora desse indicador, acima do resultado de 2023 (22,7%), de 2022 (20,8%) e de 2021 (20,3%), por exemplo. “Esperamos expansão de ROAE em 2025″, disse a instituição financeira.

O BTG Pactual continuou no ano passado a expandir a sua oferta de produtos e serviços, com transações estratégicas como as aquisições de Órama, MY Safra e Sertrading - além da Julius Baer no Brasil em deal anunciado em janeiro, o deve representar mais de R$ 60 bilhões sob gestão adicionais.

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O portfólio de crédito cresceu 29% em 2024 com spreads líquidos considerados atrativos, devido à diversificação de produtos, segmentos e geografias, assim como à contínua redução do custo de funding, segundo o banco.

A receita de Investment Banking avançou 30% no ano, com contribuição recorde de DCM (Debt Capital Markets, mercado de emissão de títulos de dívida) - a área realizou mais de 140 transações -, além de atividade aquecida no mercado de M&A, com mais de 60 operações assessoradas.

O banco apresentou receitas de R$ 2,1 bilhões em Investment Banking, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. A área de Corporate Lending and Business Banking também teve recorde de receitas, com R$ 6,5 bilhões, um avanço de 27%.

As outras áreas do BTG Pactual também registraram desempenho considerado forte, com recordes de receitas em Sales & Trading (R$ 6 bilhões), Asset Management (R$ 2,4 bilhões) e Wealth Management and Personal Banking (R$ 3,8 bilhões).

“Encerramos 2024 com resultados recordes, expansão de retorno e forte crescimento das franquias de clientes, reflexo do nosso modelo de negócios diversificado, balanço robusto e foco em nossos clientes”, disse Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, em nota.

Para 2025, o banco espera manter a trajetória de expansão, mesmo com a perspectiva de uma desaceleração da economia diante da continuidade do ciclo de alta dos juros para conter a inflação e das preocupações dos investidores com o quadro fiscal do país e o risco de guerra comercial entre EUA e China.

“Seguimos ampliando nossa oferta de produtos e serviços, de forma orgânica e inorgânica, e mantemos, em 2025, nossos compromissos de oferecer soluções inovadoras e serviços de excelência aos nossos clientes, e de seguir buscando expansão de retorno aos nossos acionistas”, complementou Sallouti.

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