BTG Pactual e Santander negociam compra do Julius Baer no Brasil, dizem fontes

Valor da operação no país, que possui R$ 70 bilhões em ativos sob gestão e custódia, pode chegar a R$ 1 bilhão; XP e Safra também estão entre os possíveis compradores

Julius Baer
Por Cristiane Lucchesi
19 de Dezembro, 2024 | 10:47 AM

Bloomberg — O BTG Pactual (BPAC11) e o Santander Brasil (SANB11) estão entre os bancos em negociações para adquirir a unidade do Julius Baer no Brasil, disseram à Bloomberg News pessoas familiarizadas com o assunto.

A XP (XP), a maior corretora do Brasil, e o Banco Safra também estão na mesa de negociações, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as discussões são privadas.

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O preço da subsidiária, com R$ 70 bilhões em ativos sob gestão e sob custódia, poderia chegar a cerca de R$ 1 bilhão.

Existe a possibilidade de que, em vez de uma venda total, o Julius Baer faça uma parceria com um banco no Brasil. Segundo as pessoas envolvidas no negócio, o objetivo é chegar a um acordo já em janeiro de 2025.

O Bradesco (BBDC4) e o Itaú (ITUB4) não teriam interesse no ativo, e o UBS também não estaria envolvido em negociações com o Julius Baer.

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O BTG, por outro lado, tem um negócio de multifamily office com mais de R$ 40 bilhões em ativos sob gestão e a unidade do Julius Baer poderia combinar bem com essa estratégia, a depender do preço.

Safra, Santander e XP também têm investido em gestão de fortunas e de fundos.

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Carlos Recoder, que assumiu em janeiro o cargo de chefe para Américas e Ibéria do Julius Baer, esteve recentemente no Brasil em conversas com clientes depois que o início do processo de vendas ficou público, disseram as pessoas envolvidas na negociação.

Bradesco, Itaú, Safra, UBS, BTG, Santander, XP e Julius Baer não quiseram comentar.

A venda do Julius Baer no Brasil

O Julius Baer contratou o Goldman Sachs para buscar compradores para sua unidade brasileira, disseram pessoas familiarizadas com o assunto no mês passado – uma medida que poderia ajudar o banco suíço a se recuperar após alguns reveses de grande repercussão.

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O Julius Baer tem lutado para recuperar a confiança dos investidores depois de a sua exposição ao império imobiliário em ruínas do magnata austríaco Rene Benko ter feito as ações despencarem.

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O banco vendeu 500 milhões de euros em novas dívidas em setembro, na primeira operação desse tipo desde que o ex-presidente Philipp Rickenbacher deixou o banco.

O Julius Baer abriu um escritório no Brasil em 2005 e depois comprou dois dos maiores multifamily offices do país, a GPS e a Reliance, promoveu uma fusão entre as empresas em fevereiro de 2020 e criou uma entidade que hoje conta com cerca de 300 funcionários.

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