Atlantis Paradise: resort de luxo que é popular entre brasileiros pode ser vendido

Brookfield trabalha com assessores financeiros para encontrar compradores para o resort nas Bahamas, em negócio que pode ser avaliado em cerca de US$ 2,5 bilhões

Vista geral do hotel Atlantis na Paradise Island em Nassau, Bahamas.
Por Gillian Tan
08 de Setembro, 2023 | 05:30 AM

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Bloomberg — A Brookfield Asset Management está explorando a venda do Atlantis Paradise Island, nas Bahamas, um dos resorts de luxo mais frequentados por brasileiros e latinos, em um negócio que pode envolver cerca de US$ 2,5 bilhões, de acordo com pessoas a par do negócio.

A empresa está trabalhando com assessores para solicitar interesse potencial na extensa propriedade, que inclui vários hotéis, um cassino, espaço para reuniões e um parque aquático, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas, já que a negociação é confidencial.

Uma porta-voz da Brookfield não quis comentar.

A Brookfield, que administra cerca de US$ 850 bilhões em ativos, é proprietária do Atlantis desde uma reestruturação de dívida em 2012. O complexo hoteleiro, criado pelo falecido sul-africano Sol Kerzner, já foi palco de eventos de Ano Novo encabeçados por artistas como Fergie e Sting.

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A Brookfield gastou US$ 100 milhões em reformas no Atlantis e explorou a possibilidade de vendê-lo em 2019, informou a Bloomberg News na época, antes que o esforço fosse interrompido pela pandemia.

O fluxo de caixa líquido da propriedade se estabilizou, disse a DBRS Morningstar na semana passada em uma nota aos clientes sobre um empréstimo garantido pelo resort de 2.917 quartos.

A ocupação combinada nos 12 meses até março atingiu 56,2%, um aumento acentuado em relação aos 35,5% registrados no mesmo período do ano anterior. A ocupação foi ampliada, em parte, por reformas e atualizações de quartos, de acordo com a empresa de classificação.

O aumento das taxas de juros tem agitado o mercado imobiliário global, pressionando os proprietários e pesando sobre os valores das propriedades.

O impacto é mais pronunciado nos edifícios de escritórios em meio a baixos níveis de ocupação, já que os funcionários continuam trabalhando em casa, o que leva a mais inadimplências.

A Brookfield deixou de pagar as hipotecas de mais de uma dúzia de edifícios de escritórios, principalmente em Los Angeles e nos arredores de Washington, D.C.

Recentemente, entregou a um administrador judicial o controle do EY Plaza, uma torre de 41 andares em Los Angeles, onde a taxa de vacância de escritórios no centro da cidade chegou a 30%.

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A empresa canadense, uma das maiores proprietárias de imóveis comerciais de primeira linha do mundo, com negócios de peso também no Brasil, afirmou repetidamente que 95% de seu portfólio de escritórios são troféus ou espaços comerciais de Classe A que superam o desempenho do mercado.

A Brookfield vê oportunidades no mercado. No início deste ano, iniciou a captação de recursos para seu quinto fundo imobiliário principal. A empresa está buscando US$ 15 bilhões para o veículo, menos do que seu antecessor, informou a Bloomberg em junho.

“Desde a crise financeira global em 2009, não acreditamos que tenha havido um ambiente mais frutífero para executar nossa estratégia de investimento de longa data: comprar ativos de alta qualidade para obter valor quando suas estruturas financeiras estiverem comprometidas e impulsionar o crescimento por meio da gestão ativa de ativos”, disseram o CEO Bruce Flatt e o presidente Connor Teskey no mês passado em uma carta aos acionistas.

--Com a colaboração de Layan Odeh.

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