Bloomberg — A Brazil Iron fez uma oferta de cerca de US$ 1 bilhão para comprar um projeto de mineração de propriedade do Eurasian Resources Group (ERG) no Brasil, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
A empresa britânica de capital fechado está buscando adquirir a Bahia Mineração do ERG - também conhecida como Bamin - um projeto integrado de mineração e logística no Nordeste do Brasil que inclui uma mina de minério de ferro, um futuro porto de águas profundas e uma ligação ferroviária. A Brazil Iron assinou um acordo de confidencialidade com a ERG, apoiada pelo Cazaquistão, disse a fonte, que pediu para não ser identificada, discutindo um acordo privado.
A Brazil Iron não quis comentar. O ERG não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
O projeto atraiu o interesse da Vale e do governo federal, que vem tentando facilitar um acordo em uma tentativa de ajudar a desenvolver a infraestrutura na região. A iniciativa do ERG precisa de um investimento de R$ 30 bilhões para expandir as operações de mineração, construir o porto e concluir um trecho de 527 quilômetros de ferrovia ligando os dois, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
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A Brazil Iron está contando com a conclusão das obras do porto e da ferrovia para avançar em seu próprio projeto de minério de ferro a cerca de 135 milhas a nordeste de Bamin, no estado da Bahia. A empresa tem como objetivo final produzir ferro briquetado a quente, uma matéria-prima para fornos elétricos que produzem aço de baixo carbono. Espera-se que a Bamin produza até 26 milhões de toneladas de minério de ferro quando estiver totalmente operacional.
A oferta da Brazil Iron seria suficiente para que o ERG recuperasse a maior parte de seu investimento inicial, disse uma das fontes. O ERG é um dos maiores produtores de cobalto e cromo do mundo. A Brazil Iron tem sede em Londres e conta com o banco Julius Baer, com sede na Suíça, entre seus principais acionistas, de acordo com registros regulatórios.
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O governo brasileiro vem tentando fechar um acordo para a Bamin que incluiria a Vale comprar metade do projeto como parte de um consórcio, enquanto a empresa de mineração brasileira Cedro Mineração assumiria uma participação de 30%, e o banco de desenvolvimento brasileiro BNDES deteria o restante, de acordo com pessoas familiarizadas com as discussões.
O governo considera o trecho ferroviário como prioridade máxima, uma vez que ele atravessa 19 municípios do estado da Bahia e seria capaz de movimentar cargas para indústrias, incluindo agricultura e mineração.
O governo federal está disposto a contribuir com R$ 5 bilhões para ajudar a concluir a ferrovia e o BNDES pode financiar parte do investimento, disseram as pessoas.
A Vale ainda avalia os aspectos econômicos de uma aquisição da Bamin e há ceticismo quanto ao real interesse da empresa no projeto, disse uma pessoa envolvida nas discussões.
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O presidente da companhia, Gustavo Pimenta, disse no mês passado que era muito cedo para dizer se a Vale iria buscar uma aquisição. A Vale, sediada no Rio de Janeiro, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Quando perguntado na sexta-feira se a Vale ainda está analisando a Bamin, um representante citou uma declaração de 20 de janeiro que dizia que a empresa sediada no Rio de Janeiro avalia oportunidades de investimento no curso regular de suas atividades.
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