Bloomberg — A ação da Braskem despencou nesta segunda-feira (6) depois que a Abu Dhabi National Oil Co. (Adnoc) desistiu de sua oferta por uma participação na empresa petroquímica brasileira, o que sinaliza que o processo de vendas paralisado anteriormente e depois retomado irá se arrastar ainda mais.
A Adnoc, a maior produtora de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, desistiu de sua oferta de US$ 2,1 bilhões, decepcionando investidores que esperavam um acordo. As ações da Braskem (BRKM5) caíram até 16% na bolsa brasileira com a notícia e estavam a caminho do menor fechamento desde fevereiro. Por volta das 16h, as ações recuavam quase 15%.
O controlador - financeiramente debilitado - da Braskem, a Novonor (ex-Odebrecht), tem tentado vender sua participação há anos.
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A Petrobras (PETR3, PETR4), segunda maior acionista da Braskem, gostaria de ver um novo investidor substituir a Novonor, disse o CEO, Jean Paul Prates, em fevereiro.
A demanda por plásticos, tintas e peças de carro feitas a partir dos produtos petroquímicos que a Braskem fabrica deve aumentar na região, e as instalações da companhia no Brasil e em outros países podem ser expandidas se o consumo crescer. Ainda assim, tem sido um desafio para a Novonor conseguir um comprador para sua participação.
“Do nosso ponto de vista, é muito cedo para avaliar por que a Adnoc sairia do processo de vendas”, escreveram analistas do Citigroup Inc liderados por Gabriel Barra em um relatório.
Em comunicado, a Braskem publicou o conteúdo de uma carta que recebeu da Novonor relacionada à decisão da Adnoc de desistir do acordo potencial, que havia sido anunciado em novembro.
A Novonor (ex-Odebrecht) disse que permanecia totalmente comprometida com o processo de venda, de acordo com a correspondência.
Em março, a Braskem disse que um novo licitante entrou na disputa pela participação, sem especificar qual era a empresa. A Braskem é a principal fabricante de resinas termoplásticas nas Américas e uma das principais produtoras globais em termos de capacidade.
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A Adnoc observou para a Braskem como parte de um impulso para desenvolver um negócio químico global e diversificar além do petróleo bruto e de produtos refinados.
Também está em busca de outros acordos, incluindo uma proposta de aquisição multibilionária do grupo químico alemão Covestro e uma fusão separada de duas unidades de plásticos que criaria um negócio com valor superior a US$ 30 bilhões.
Até agora, essas discussões também têm enfrentado obstáculos.
O plano da empresa de fundir a Borouge, listada em Abu Dhabi, com a Borealis AG adiado por causa de discussões sobre valuation com a parceira OMV, da Áustria. Agora, as eleições iminentes no país europeu ameaçam causar mais atrasos. A Covestro está em negociações em aberto com a Adnoc e pode estar à espera de uma oferta mais alta.
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