Bill Ackman critica bloqueio do X e diz que afeta imagem do país para investidores

Bilionário gestor disse em post que a decisão remete ao que a China teria experimentado ao tomar decisões semelhantes, com perda de capital estrangeiro

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Bloomberg — O bilionário Bill Ackman, que ajudou a financiar a compra do Twitter por Elon Musk, criticou a ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para suspender a plataforma, agora chamada X, e disse que a decisão provavelmente afastará investidores e prejudicará o país.

Na sexta-feira (30), o ministro do STF ordenou que provedoras de internet no Brasil bloqueassem o acesso de seus usuários ao X, depois que a empresa de mídia social se recusou a nomear um representante legal no país para lidar com solicitações de remoção de contas supostamente envolvidas na disseminação de desinformação e discurso de ódio.

Moraes também ordenou o congelamento de fundos mantidos por outra empresa de Musk, a Starlink, para servir como garantia para multas impostas ao X por não seguir decisões judiciais.

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O “fechamento ilegal do X e o congelamento de contas da Starlink colocaram o Brasil em um caminho rápido para se tornar um mercado” impossível de investir, disse Ackman, bilionário fundador e CEO da Pershing Square, em um post no X na noite de sábado (31).

“A China cometeu atos semelhantes, levando à fuga de capital e ao colapso de valuations. O mesmo acontecerá com o Brasil, a menos que eles recuem rapidamente desses atos ilegais.”

No fim de semana, a maioria dos grandes provedores de internet do Brasil obedeceu à ordem, forçando os usuários a migrarem para alguns dos concorrentes da X.

A rede de mídia social Bluesky, fundada por Jack Dorsey após vender sua participação no Twitter para Musk, relatou um milhão de novos usuários nos três dias até o sábado e publicou uma série de posts em português para dar as boas-vindas aos brasileiros.

O Supremo Tribunal Federal avalia nesta segunda-feira (2) em julgamento na Primeira Turma, com cinco ministros, se mantém ou não a proibição imposta por Moraes.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente do Supremo, Luis Roberto Barroso, sinalizou apoio à decisão, dizendo, sem mencionar o X em particular, que uma empresa sem representação legal no país não pode ser autorizada a operar.

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