Bloomberg — Bernard Arnault adquiriu uma participação acionária pessoal na Richemont, empresa controladora da grife Cartier, de acordo com pessoas familiarizadas com os investimentos do bilionário francês ouvidas pela Bloomberg News.
Não se sabe exatamente o valor da participação acionária que o presidente e CEO da LVMH adquiriu na Cie Financiere Richemont. Ela foi descrita por uma das pessoas como “pequena” e parte de um portfólio mais amplo de investimentos da família Arnault em empresas de capital aberto.
Atualmente, Arnault pretende manter as ações apenas como um investimento, disse a fonte, que pediu para não ser identificada para falar sobre assuntos confidenciais.
A notícia da participação acionária de Arnault na Richemont, que é controlada pelo bilionário sul-africano Johann Rupert, foi revelada como parte de uma reportagem publicada na Bloomberg Businessweek, que traça um perfil do empresário.
As ações da Richemont fecharam em alta de 2,74% em Zurique, embora tenham caído 2,4% nos últimos 12 meses. A LVMH avançaram 1,42% em Paris.
Representantes de Arnault e da LVMH não quiseram comentar.
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A LVMH, a principal fornecedora de produtos de alto padrão em todo o mundo, é a terceira empresa mais valiosa da Europa, com valor de mercado de cerca de 366 bilhões de euros (US$ 391 bilhões). O valor de mercado da Richemont é de 84,7 bilhões de francos suíços (US$ 91,3 bilhões).
A participação acionária de Arnault na Richemont ainda pode gerar dúvidas sobre suas intenções para o investimento.
A Richemont tem uma forte defesa contra pretendentes indesejados porque seu presidente, Rupert, controla 51% dos direitos de voto, apesar de possuir apenas 10,2% do capital. Nos últimos anos, Rupert, de 74 anos, enfatizou seu desejo de manter o grupo independente.
Em 31 de março, não havia outros acionistas importantes na Richemont com pelo menos 3% dos direitos de voto, informou a empresa sediada na Suíça em seu último relatório anual.
Arnault, de 75 anos, descreveu a Cartier e a Van Cleef & Arpels da Richemont como “duas grandes marcas” na apresentação dos resultados anuais da LVMH em janeiro. Ele também elogiou a gestão da empresa feita por Rupert.
“Deixe-me terminar falando sobre a Richemont e Monsieur Rupert, que considero um líder excepcional”, disse Arnault na ocasião. “Não tenho nenhum desejo de perturbar sua estratégia, entendo que ele deseja permanecer independente e acho isso muito bom. E se ele precisar de apoio para manter sua independência, eu estarei lá.”
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Há 14 anos, a LVMH investiu no grupo de luxo francês Hermès International. A empresa de Arnault usou derivativos de ações para acumular uma participação que acabou chegando a 23%, chocando a família por trás da Hermès. Na época, Arnault chamou a ação de “amigável”. A empresa reagiu e repeliu a LVMH, que renunciou à sua participação.
A LVMH é proprietária de marcas como Loewe, Celine e Fendi no setor de moda, bem como da varejista de cosméticos Sephora e das marcas de champanhe Dom Perignon e Moët & Chandon.
Sua última grande aquisição foi a compra da Tiffany por US$ 16 bilhões há mais de três anos, que ainda é o maior negócio do setor de luxo até hoje.
A LVMH também detém as marcas de joias Bulgari, Fred, Chaumet e Repossi, portanto, se Arnault já teve planos de adquirir a Richemont, uma união poderia potencialmente atrair a avaliação de agências antitruste.
As marcas de moda da LVMH, Louis Vuitton e Christian Dior Couture, também contam com linhas de joias.
Em 24 de junho, o patrimônio de Arnault foi estimado em cerca de US$ 203 bilhões, o que o coloca em terceiro lugar, atrás de Jeff Bezos e Elon Musk, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
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