Berkshire, de Buffett, corta fatia na Apple e eleva caixa para recorde de US$ 276,9 bi

Conglomerado do Oráculo de Omaha reduziu em quase 50% a sua fatia na fabricante do iPhone; ao todo, a Berkshire vendeu US$ 75,5 bi em ações no 2º trimestre

Warren Buffett, presidente y director ejecutivo de Berkshire Hathaway Inc
Por Katherine Chiglinsky - Amanda Cantrell
03 de Agosto, 2024 | 03:43 PM

Bloomberg — A Berkshire Hathaway reduziu em quase 50% a sua participação na Apple (AAPL) como parte de uma onda de vendas no segundo trimestre, que levou o caixa do bilionário Warren Buffett a um recorde de US$ 276,9 bilhões.

Ao todo, a Berkshire vendeu US$ 75,5 bilhões em ações durante o período de abril a junho, informou o conglomerado sediado em Omaha, Nebraska, neste sábado (3). Os lucros operacionais subiram para US$ 11,6 bilhões, acima dos US$ 10 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.

A Berkshire tem se esforçado para encontrar formas de investir em um ambiente de negócios mais devagar. Na reunião anual de acionistas da empresa, em maio, Buffett disse que não tinha pressa em gastar “a menos que a gente faça algo que tenha muito pouco risco e que possa nos render muito dinheiro”.

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Buffett estava se desfazendo de ações enquanto o índice S&P 500 se recuperava, alcançando um recorde em meados de julho, embora o benchmark tenha caído em cada uma das últimas três semanas devido à preocupação de que a euforia da inteligência artificial tenha sido exagerada.

Na sexta-feira (2), dados fracos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos reforçaram o risco de uma desaceleração econômica, e o S&P caiu 1,8%.

Os registros regulatórios da Berkshire Hathaway também indicam que o conglomerado reduziu sua participação no Bank of America (BAC) no segundo trimestre, com a empresa relatando uma participação de US$ 41,1 bilhões.

A Berkshire recomprou cerca de US$ 345 milhões de suas próprias ações durante o trimestre, o menor valor desde que a empresa mudou sua política de recompra em 2018.

Balanço abaixo do esperado

A Apple informou esta semana que as vendas para a China caíram 6,5%, para US$ 14,7 bilhões no terceiro trimestre, abaixo da projeção de US$ 15,3 bilhões de Wall Street.

Os resultados reacenderam os temores de que a fabricante do iPhone esteja perdendo terreno em um de seus mais importantes mercados no exterior.

A Apple está enfrentando uma concorrência mais acirrada na região, e o governo tem restringido o uso de tecnologia estrangeira em alguns locais de trabalho. O crescimento econômico chinês também piorou.

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A empresa atribuiu grande parte da queda aos efeitos de um dólar forte, dizendo que os negócios subjacentes na China estão, na verdade, mais saudáveis do que antes. Há três meses, os executivos disseram que a desaceleração não tinha tanto a ver com o baixo desempenho do iPhone, mas com as vendas fracas de outros produtos.

As ações da Apple subiram este ano, impulsionadas pela expectativa dos investidores de que a nova tecnologia de IA ajudaria a impulsionar as vendas.

Porém, em 28 de julho, a Bloomberg News informou que os próximos recursos de IA da Apple chegarão mais tarde do que o previsto, perdendo o lançamento inicial de suas próximas revisões de software do iPhone e do iPad, mas dando à empresa mais tempo para corrigir eventuais bugs.

A empresa está planejando começar a lançar o Apple Intelligence para os clientes como parte das atualizações de software a serem lançadas até outubro, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

--Com a colaboração de Alexandre Rajbhandari e Lynn Doan

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