BB eleva lucro no 2º tri, mas aumenta a projeção de despesas com crédito duvidoso

Banco do Brasil agora espera provisões no intervalo entre R$ 31 bi e R$ 34 bi para 2024, acima do topo da faixa do guidance anterior

Banco mais antigo do país também elevou guidance para margem financeira bruta
07 de Agosto, 2024 | 09:03 PM

Bloomberg Línea — O Banco do Brasil (BBAS3) teve um crescimento anual de 8,2% em seu lucro líquido ajustado do segundo trimestre, que totalizou R$ 9,5 bilhões. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 13,21% da carteira de crédito em 12 meses e pelo controle de custos.

Por outro lado, o índice de atrasos dos clientes seguiu a trajetória de alta. O BB também revisou para cima sua projeção (guidance) de despesas com inadimplência para 2024.

A instituição financeira mais antiga do país reportou uma rentabilidade medida pelo ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 21,6%, abaixo do visto no primeiro trimestre (21,7%), mas acima do registrado há 12 meses (21,3%).

O banco manteve a projeção de fechar 2024 com lucro líquido ajustado entre R$ 37 bilhões e R$ 40 bilhões. No primeiro semestre, o BB acumulou lucro de R$ 18,8 bilhões, um crescimento anual de 8,5%.

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As ações fecharam em queda de 1,31%, cotadas a R$ 26,30, nesta quarta-feira (7), acumulando desvalorização de 5% no ano, acima do desempenho negativo do Ibovespa (4%).

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Maior projeção de provisões

No início do ano, o banco divulgou um intervalo entre R$ 27 bilhões e R$ 30 milhões para as despesas esperadas com a chamada PCLD Ampliada (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa) em 2024.

O indicador corresponde às despesas com o risco de crédito, somada aos valores recuperados de perdas, além de descontos concedidos e perdas por imparidade.

No segundo trimestre, a PCLD Ampliada aumentou 8,8% em 12 meses, somando R$ 7,8 bilhões. Considerando o acumulado do primeiro semestre, o crescimento foi de 25,5% totalizando R$ 16,3 bilhões.

Ao revisar o guidance, o BB espera agora despesas totais entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões para 2024.

Já o principal indicador de inadimplência, que mede os atrasos acima de 90 dias, atingiu 3% em junho, acima dos 2,90% das posições de março, dos 2,91% de dezembro, dos 2,81% de setembro e dos 2,73% de junho do ano passado.

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Em relatório, o BB informou que os seus índices ficaram abaixo dos observados pelo SFN (Sistema Financeiro Nacional): 3,20% em junho e março, 3,30% em dezembro, 3,40% em setembro e 3,50% em junho.

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A margem financeira bruta do BB teve retração de 0,7% em três meses, mas uma alta de 11,6% em 12 meses. No acumulado do primeiro semestre, o indicador cresceu 16,4% devido ao aumento nas receitas financeiras, incluindo operações de crédito e resultado de tesouraria, aumento do volume da carteira e queda das despesas com captação no mercado aberto.

O banco revisou para cima o guidance de 2024 para a margem financeira bruta, que passou de um intervalo de crescimento entre 7% e 11% para uma faixa entre 10% e 13%.

A carteira ampliada de pessoa física cresceu 1,1% em três meses e 6,2% em 12 meses, influenciada, principalmente pelo desempenho do crédito consignado nos comparativos trimestral (+2,2%) e anual (10,6%).

Já a carteira ampliada PJ avançou 7% e 13,2%, respectivamente, com destaque para os desempenhos das operações de capital de giro (+2,7% em três meses e +7,8% em 12 meses).

A carteira ampliada do agronegócio teve incremento de apenas 0,7% no trimestre e 16,6% em 12 meses.

As receitas de prestação de serviços somaram R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre, aumento de 6% em relação ao trimestre anterior, influenciadas positivamente pelas linhas de administração de fundos (+7,4%), operações de crédito e garantias (+15,7%) e rendas do mercado de capitais (+61,6%).

Nesta quinta-feira (8), o BB comenta os resultados com analistas.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.