Bloomberg — O Barclays está entre os bancos de Wall Street que vão passar a exigir que um grande número de trabalhadores se desloque para os escritórios da empresa cinco dias por semana, à medida que os reguladores dos Estados Unidos implementam novas regras para supervisionar o trabalho em casa.
Um mandato mais rígido de presença física poderia afetar apenas operações supervisionadas pela Financial Industry Regulatory Authority (Finra), segundo pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram anonimato ao discutir as deliberações internas. Mas acabou sendo mais abrangente.
O Barclays exigirá que milhares de funcionários de investment banking no mundo todo passem cinco dias por semana no escritório ou viajando para ver os clientes, a partir de 1º de junho, disse o banco na quinta-feira (23) em um memorando.
A decisão coincide com as “novas políticas regulatórias”, disse o banco.
Leia mais: Adeus, home office? Bancos como Citi e HSBC exigem presença 5 vezes por semana
“Estar juntos no escritório impulsiona a inovação, a colaboração e uma cultura mais forte”, escreveram Cathal Deasy e Taylor Wright, codiretores globais de investment banking da empresa.
“Continuamos comprometidos com o trabalho flexível e reconhecemos que haverá momentos em que o funcionário precisará trabalhar de casa”, disseram eles, acrescentando que os líderes das áreas têm autonomia para permitir o trabalho flexível ocasional, quando necessário.
No mês passado, a Truist Financial anunciou uma política semelhante de cinco dias que impactará em breve parte da equipe de Wall Street.
A Finra anunciou um conjunto de requisitos que devem entrar em vigor nas próximas semanas - as últimas mudanças na forma como os órgãos de fiscalização se ajustam à era do trabalho remoto.
Quando a pandemia eclodiu e forçou grande parte da indústria a trabalhar remotamente, as autoridades inicialmente afrouxaram as regras que exigiam que as empresas monitorassem constantemente a equipe no tratamento de dados confidenciais. Nos meses e anos desde então, os reguladores adotaram medidas para lidar com a flexibilidade que as empresas continuam a oferecer.
As mudanças que entrarão em vigor em breve incluem a exigência de que corretoras listem alguns dos home offices nos registros regulatórios.
Novas regras também estabelecerão regimes para que algumas casas dos funcionários atendam aos requisitos de inspeções periódicas do local de trabalho.
Embora tais regras sejam projetadas para proporcionar flexibilidade para o trabalho remoto, algumas empresas podem concluir que os obstáculos adicionais de conformidade não valem a pena e convocar os funcionários afetados de volta em tempo integral. Mas nem todas podem chegar à mesma conclusão.
Executivos do Deutsche Bank, por exemplo, têm examinado os requisitos da Finra e esperam que a empresa possa permanecer em conformidade com impacto muito limitado em seus protocolos de trabalho remoto, segundo uma pessoa familiarizada com a situação.
Representantes da Barclays - antes do envio do memorando - e do Deutsche Bank se recusaram a comentar. Um porta-voz da Finra não teve comentários imediatos sobre quais políticas de escritório as empresas podem adotar ao se ajustarem às mudanças.
Leia mais: JPMorgan vai treinar novos funcionários para usar inteligência artificial
A maioria das empresas financeiras ainda permite que os trabalhadores se conectem remotamente pelo menos parte da semana.
Uma pesquisa no início de 2023 mostrou que apenas 20% das empresas de serviços financeiros exigiam presença integral no escritório. Mas, desde então, as empresas tomaram mais medidas para reforçar suas regras.
No mês passado, a Truist informou sua equipe de banco de investimento que eles devem trabalhar no escritório todos os dias úteis a partir de 1º de junho.
O banco exigirá que outras pessoas que trabalham em regime híbrido - a maioria de sua força de trabalho - se desloquem para o escritório quatro dias por semana a partir do final deste ano.
O porta-voz da empresa disse na época que “o melhor trabalho da empresa advém de estarmos juntos”.
Veja mais em Bloomberg.com
© 2024 Bloomberg L.P.