Bloomberg — Bancos de investimento e fundos de empréstimo direto estão competindo para fornecer até € 4 bilhões (US$ 4,2 bilhões) em dívidas para financiar uma possível privatização da empresa europeia de classificados Adevinta, que no Brasil é dona da OLX, do Zap e da VivaReal, disseram pessoas a par do tema.
A Adevinta, que tem o eBay e o grupo de comunicação norueguês Schibsted como seus maiores acionistas, disse na semana passada que recebeu uma proposta de aquisição não vinculante de um consórcio de capital privado que inclui a Blackstone e a Permira, confirmando uma notícia da Bloomberg News que revelava planos para o que seria uma das maiores aquisições do ano.
Os porta-vozes da Blackstone e da Permira não quiseram comentar. Um representante da Adevinta, sediada em Oslo, não respondeu aos pedidos de comentários.
O mercado de crédito privado de US$ 1,5 trilhão tornou-se uma fonte cada vez mais popular de financiamento de aquisições no último ano e meio, depois que bilhões de dólares em perdas com empréstimos mal planejados forçaram os bancos a reduzir as concessões de financiamento. Se o negócio da Adevinta seguisse o caminho dos empréstimos diretos, seria um dos maiores da Europa, rivalizando com os £3,5 bilhões fornecidos ao Access Group no ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
No entanto, o apetite por risco dos bancos está voltando à medida que os investidores institucionais procuram voltar a alocar seus recursos. O aumento da demanda ocorreu em meio ao otimismo em relação a uma possível aterrissagem suave da economia dos EUA e a uma pausa nas campanhas de aumento de taxas do Federal Reserve (Fed) e do Banco da Inglaterra (BoE).
O sucesso das recentes transações de referência, como o financiamento jumbo que respalda a compra da Worldpay, provavelmente dará aos banqueiros a confiança de que o apetite dos investidores por financiamentos sindicalizados voltou.
Os bancos têm reduzido a proteção de preços que exigem ao se comprometerem com novos negócios - também conhecida como flex - com níveis que agora estão voltando às normas históricas de cerca de 125 pontos-base, em vez de mais de 200 pontos-base, de acordo com notícias anteriores da Bloomberg News. Isso significa que a concorrência com os credores de crédito privado para a realização de negócios provavelmente se acirrará.
O financiamento prospectivo para a Adevinta é o exemplo mais recente de empresas de aquisição de empresas que executam o chamado processo de rastreamento duplo, no qual buscam propostas concorrentes de bancos e credores diretos. Outros exemplos recentes na Europa incluem os processos de aquisição da Constantia Flexibles e da Pharmanovia.
O Goldman Sachs está assessorando a Blackstone e a Permira, enquanto o JPMorgan Chase & Co. e o Citigroup estão assessorando a Adevinta, disseram algumas das fontes que acompanham o negócio. Os porta-vozes do Goldman Sachs e do JPMorgan não quiseram comentar, enquanto o Citigroup ainda não respondeu ao pedido dos jornalistas.
-- Com a colaboração de Katharine Hidalgo e Davide Scigliuzzo
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