MAM Asset chega a acordo para assumir Dia Brasil, em recuperação judicial

Negócio prevê aporte de € 39 milhões pelo grupo espanhol, enquanto gestora que faz parte do Banco Master assume operação da rede de supermercados no país

Rede Dia, loja em liquidação, em São Paulo
31 de Maio, 2024 | 07:13 AM

Bloomberg Línea — A MAM Asset Management chegou a um acordo com o Grupo Dia, da Espanha, para assumir a rede de supermercados no Brasil, em recuperação judicial desde março deste ano. O valor do negócio não foi divulgado.

A gestora, que faz parte do Banco Master, constituiu um fundo para a aquisição da operação do Dia Brasil para um cliente não identificado. O Master não teve participação no investimento (leia mais abaixo).

Como parte do acordo anunciado nesta manhã de sexta-feira (31), o grupo espanhol fará um aporte de 39 milhões de euros (cerca de R$ 220 milhões ao câmbio atual) no Dia Brasil.

O acordo prevê “desinvestimento total no território brasileiro e a venda de 100% do capital” para a gestora. Com essa saída, o “Grupo Dia terá sua responsabilidade limitada [no processo de recuperação judicial]”, segundo comunicado ao mercado.

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O Dia Brasil entrou em recuperação judicial com dívida declarada de R$ 1,081 bilhão. Como parte do seu plano para sair da crise, anunciou à época que fecharia 343 das 587 lojas no país e três centros de distribuição e que concentraria sua operação no estado de São Paulo.

MAM Asset

A MAM Asset é uma gestora que faz parte do Banco Master, que tem origem em Minas Gerais e é controlado e comandado por Daniel Vorcaro. No caso específico do Dia Brasil, não houve envolvimento do banco, segundo nota enviada à Bloomberg Línea.

A instituição financeira tem se destacado nos últimos anos na construção de um portfólio de participações relevantes em empresas brasileiras, algumas das quais em dificuldades financeiras.

São investimentos realizados muitas vezes por meio de gestoras ou fundos ligados ao Master, com a tese de recuperação das empresas em dificuldade, o que inclui a renegociação das dívidas com credores, e geração posterior de valor para os acionistas.

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Por meio da gestora WNT, de Valério Marega Júnior, por exemplo, o Master investiu em participações de empresas como Veste (ex-Restoque), Westwing e TC (ex-TradersClub).

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Há investimentos também em empresas saudáveis. Há uma semana, o Master se comprometeu a ancorar a operação de aumento de capital de R$ 1,5 bilhão anunciada pela Oncoclínicas, em conjunto com o CEO e fundador Bruno Ferrari.

- Matéria atualizada às 9h20 de 31 de maio com a correção da informação de que a gestora MAM Asset, que faz parte do Banco Master, havia realizado o investimento em nome da instituição financeira.

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Marcelo Sakate

Marcelo Sakate é editor-chefe da Bloomberg Línea no Brasil. Anteriormente, foi editor da EXAME e do CNN Brasil Business, repórter sênior da Veja e chefe de reportagem de economia da Folha de S. Paulo.