Banco do Brasil mantém mesma oferta para Cielo até assembleia, diz CEO

Tarciana Medeiros disse no evento Bloomberg New Voices, em São Paulo, que confia no relatório elaborado pelo BofA para avaliação das ações da Cielo e negou intenção de elevar o valor

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Bloomberg — O Banco do Brasil (BBAS3) mantém sua oferta para fechar o capital da Cielo (CIEL3) e poderá eventualmente procurar outro parceiro caso os acionistas minoritários insistam em negociar a operação por um preço mais alto, disse a CEO do banco, Tarciana Medeiros, em entrevista durante o evento Bloomberg New Voices nesta terça-feira (19) à noite em São Paulo.

O banco disse confiar no relatório elaborado pelo Bank of America (BAC) para a avaliação das ações da Cielo, que investidores minoritários contestam, e não está disposto a negociar outra proposta antes da próxima assembleia especial de acionistas para discutir o assunto, marcada para 2 de abril.

“Reconhecemos que os minoritários têm direito de questionar o preço, mas nós entendemos que o valor está adequado”, disse ela. “Confiamos no relatório do BofA e não há nenhuma previsão de negociação antes da assembleia.”

O Banco do Brasil e o Bradesco (BBDC4), que controlam em conjunto a Cielo, estão oferecendo R$ 5,35 por ação. Mas os acionistas minoritários questionaram o relatório do BofA e argumentam que o valor justo seria em torno de R$ 8 por ação.

“Temos uma estratégia muito clara de atuação no mercado de adquirência”, disse Tarciana durante entrevista no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, na terça-feira (19). Segundo ela, no entanto, o banco estatal pode buscar outros parceiros.

Apesar da pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os bancos públicos para ajudarem a impulsionar o crédito e o crescimento econômico, Tarciana disse que considera injusto que os investidores avaliem o Banco do Brasil a um preço mais baixo do que os bancos privados.

Na visão de Tarciana, as ações do Banco do Brasil são negociadas com desconto, mas isso é injusto em razão dos resultados, que comprovariam a robustez da governança da instituição, a independência das decisões e a força das decisões colegiadas em um mercado bem regulado, afirmou.

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