Banco alemão N26 deixa o Brasil para focar em mercados europeus

Fintech decidiu encerrar as operações dois anos depois de desembarcar no país; empresa tem investimentos de Peter Thiel e da chinesa Tencent

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Bloomberg — Banco digital alemão N26 decidiu encerrar um projeto piloto no Brasil e sair do mercado, citando a necessidade de se concentrar novamente em suas operações europeias.

A fintech com sede em Berlim, que é apoiada pelo bilionário Peter Thiel e pela chinesa Tencent, anunciou nesta terça-feira (7) que encerraria uma fase de testes no Brasil iniciada em 2021.

A decisão de sair do país “ressalta a estratégia da N26 de se concentrar em seus principais mercados europeus”, afirmou a empresa em comunicado.

A empresa privada, que já foi avaliada em mais de US$ 9 bilhões, fechou cerca de 500.000 contas nos Estados Unidos em 2021, citando motivo semelhante.

No início deste mês, o N26 anunciou um novo conselho fiscal como “preparação para os próximos estágios de desenvolvimento”.

Executivos disseram que planejam alcançar lucratividade dentro de dois anos. As perdas do banco aumentaram 14%, para 172,4 milhões de euros, em 2021.

O Brasil tem sido um mercado atraente para os recém-chegados ao setor bancário. A fintech britânica Revolut entrou no país em 2022. O Nubank (NU), que tem a Berkshire Hathaway como seu maior acionista, quase dobrou sua receita para US$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre do ano.

Depois do crescimento durante a pandemia, fintechs do mundo inteiro, incluindo empresas de pagamentos digitai, tem sofrido com o aumento das taxas de juros e a inflação persistente.

O N26 oferecia produtos bancários apenas para clientes brasileiros selecionados, que agora terão suas contas encerradas nos próximos dois meses, disse a empresa.

As operações brasileiras da empresa contam com cerca de 80 funcionários baseados em São Paulo. Eles agora poderão se candidatar a cargos nos escritórios europeus do N26, disse um porta-voz.

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