Bloomberg — A Azul (AZUL4) está trabalhando com o Citigroup (C) e o Guggenheim Partners para explorar uma potencial oferta pela Gol (GOLL4), segundo pessoas com conhecimento direto do assunto que falaram à Bloomberg News.
As empresas assessoram a Azul, que avalia diversas opções, incluindo a aquisição completa de sua rival, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada porque as discussões ainda são privadas. A Azul ainda pode decidir deixar a ideia de lado, segundo a fonte.
A Azul não respondeu ao pedido de comentário da Bloomberg News. Guggenheim e Citi não comentam.
Qualquer oferta precisaria da aprovação do Cade, o órgão federal de defesa da concorrência.
A Gol, que tem sede em São Paulo, entrou no fim de janeiro com pedido de proteção contra credores no Chapter 11 nos EUA, equivalente à recuperação judicial no Brasil, depois que teve de lidar com US$ 2,7 bilhões em passivos de curto prazo e realizar mais de uma dezena de trocas de dívidas.
No processo, conseguiu aumentar o seu financiamento na modalidade de “devedores em posse” (DIP) para US$ 1 bilhão, ante US$ 950 milhões.
A Azul e a Gol fazem parte de um trio de companhias aéreas – incluindo a Latam, com sede em Santiago – que dominam as viagens aéreas no maior mercado da América Latina.
Embora ambas as companhias aéreas atendam algumas rotas de grande tráfego, a Gol está mais concentrada em voos entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, enquanto a rede da Azul para outras cidades é mais ampla.
A Azul espera que a falta de sobreposição entre as aéreas aumente suas chances de obter aprovação regulatória caso faça uma oferta, disse a pessoa.
Questionado sobre uma possível combinação com a Gol, o CEO da Azul, John Peter Rodgerson, disse em entrevista à Bloomberg News que a empresa monitora de perto a situação. “Você tem a obrigação com seus acionistas de observar as oportunidades que existem”, disse ele, que evitou dar mais detalhes.
Apesar do aumento das tarifas no ano passado e da demanda, as finanças de ambas as empresas foram afetadas pelo aumento dos preços dos combustíveis de aviação e pelos atrasos na produção de novas aeronaves.
A Azul procurou fortalecer seu balanço ao cortar custos e fechar acordos com locadores. A empresa também adiou o pagamento de dívida trocando títulos com vencimento em 2024 e 2026 por títulos com vencimentos posteriores que pagavam um cupom mais alto.
A transação foi considerada uma troca de dívida ‘distressed’ pelas agências de classificação de risco.
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