Azul fecha acordo com arrendadores para reduzir dívida em R$ 3 bilhões

Companhia aérea chegou a um acordo também com fabricantes de equipamentos originais para reduzir os passivos da empresa; ações chegam a subir até 20% nesta terça

Azul
Por Rachel Gamarski - Giovanna Bellotti Azevedo
08 de Outubro, 2024 | 12:04 PM

Bloomberg — A Azul (AZUL4) chegou a um acordo com seus arrendadores e fabricantes de equipamentos originais, ou OEMs, para reduzir os passivos da companhia aérea.

O acordo reduzirá em R$ 3 bilhões o tamanho atual da dívida, em troca de 100 milhões de novas ações preferenciais, disse a Azul em um documento enviado aos reguladores na noite de segunda-feira (7). A dívida líquida estava em R$ 24,6 bilhões ao fim do segundo trimestre.

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Esses credores representam aproximadamente 92% das obrigações de emissão de ações existentes, sujeito a certas condições e aprovações corporativas aplicáveis, segundo o comunicado.

As negociações continuam com os proprietários restantes das obrigações de emissão de ações.

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"Esse acordo com os arrendadores deve facilitar as negociações com outros credores", escreveu o analista do Bradesco BBI Victor Mizusaki em uma nota. "Os próximos passos para a gestão do passivo da Azul incluem a captação de capital adicional e possivelmente o alongamento dos vencimentos dos bônus."

As ações da empresa operavam em alta de 16,17% por volta das 11h55 (horário em Brasília), depois de subirem até 20% na abertura.

A companhia aérea estuda várias opções para lidar com suas obrigações de dívida de curto prazo, que passaram de uma oferta de ações à consideração de um pedido de proteção contra credores na justiça americana, segundo fontes disseram à Bloomberg News - a empresa nega.

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Buscar a proteção dos credores continua sendo a opção menos preferida da Azul, e a empresa está empenhada em evitá-la.

Os ratings da Azul foram rebaixados pela Fitch Ratings em setembro de B- para CCC, o que reflete o risco elevado de refinanciamento da empresa e o perfil de fluxo de caixa mais fraco em meio à depreciação do real brasileiro, disse a agência de risco. A Moody’s Ratings e a S&P Ratings também rebaixaram a empresa no último mês.

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