Avon Products pede proteção contra credores nos EUA e Natura avalia comprar ativos

Segundo fato relevante, a Natura, maior credora da holding, pretende fazer uma oferta pelos ativos operacionais da Avon fora dos EUA no valor de US$ 125 mi, por meio de um leilão

Nenhum impacto é esperado nas operações da Avon que estão localizadas fora dos EUA, como as da América Latina
Por Jeremy Hill - Jonathan R - les
13 de Agosto, 2024 | 08:36 AM

Bloomberg — A Avon Products (API), subsidiária não operacional da Natura e holding da marca de produtos de beleza, entrou com pedido de proteção contra credores no “Chapter 11″ nos Estados Unidos, equivalente à recuperação judicial no Brasil, após enfrentar uma série de processos judiciais que alegam que o talco em seus produtos causava câncer.

De acordo com um comunicado, a empresa entrou com o pedido em Delaware na segunda-feira (12) para lidar com dívidas e passivos pré-existentes. A Avon listou ativos e passivos de pelo menos US$ 1 bilhão e não mais de US$ 10 bilhões em sua petição.

Em fato relevante, a brasileira Natura & Co (NTCO3), maior credora da holding, disse que vai fornecer um financiamento de US$ 43 milhões para a subsidiária durante o processo de recuperação judicial e que pretende fazer uma oferta pelos ativos operacionais da Avon fora dos EUA no valor de US$ 125 milhões, por meio de um leilão. O objetivo é apoiar as atividades da Avon durante o período de reestruturação financeira.

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Para a sua oferta, a Natura pretende usar seus créditos contra a Avon Products como contraprestação.

Segundo a Natura, nenhum impacto é esperado nas operações da empresa que estão localizadas fora dos EUA e não fazem parte do processo de Chapter 11. Isso inclui as operações na América Latina, onde a marca Avon é distribuída pela Natura.

“A companhia acredita que a decisão da API é mais um passo para a simplificação dos negócios da Natura&Co”, disse a empresa em fato relevante.

A Avon é a mais recente empresa a buscar recuperação judicial para lidar com processos judiciais decorrentes de produtos à base de talco. A Johnson & Johnson, por exemplo, tentou resolver processos judiciais semelhantes usando o recurso diversas vezes, mas ainda não obteve sucesso.

-- Com informações da Bloomberg News.

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