Armac avança para comprar Terram e entrar em terraplanagem, segundo fontes

Empresa líder em locação de máquinas pesadas entraria em novo segmento com prestação de serviços e ganhos de margem e eficiência; acordo já passou pelo conselho, dizem fontes à Bloomberg Línea

Máquinas usadas para a indústria de construção pesada (Foto: Joe Buglewicz/Bloomberg)
16 de Maio, 2024 | 01:54 PM

Bloomberg Línea — A Armac, empresa líder do mercado de locação de máquinas pesadas no país, está em negociações avançadas para a aquisição da Terram Engenharia, uma das maiores do segmento de terraplanagem, segundo fontes com acesso ao assunto que falaram à Bloomberg Línea.

A companhia fundada por José Augusto C. Aragão há 30 anos deve anunciar o acordo de compra nos próximos dias, dado que o deal já foi aprovado pelo conselho de administração, segundo as mesmas fontes, que pediram para não serem identificadas por se tratar de assuntos privados.

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Em comunicado divulgado depois da publicação da reportagem pela Bloomberg Línea, a Armac disse que “reitera que continuamente analisa oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico”.

“Nesse contexto, a companhia informa que não celebrou qualquer documento vinculante relacionado à transação noticiada e que, caso qualquer documento vinculante seja firmado, prontamente comunicará os acionistas e o mercado em geral a respeito, na forma da regulamentação aplicável.”

O negócio tem sido conduzido pelo CEO da Armac, Fernando Aragão, filho do fundador e que trabalhou anteriormente na área de financial advisory na Rothschild & Co.

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A Terram, por suas vez, é comandada pelo sócio diretor e cofundador José Roberto Briguenti. A empresa foi fundada há quarenta anos e atua também com geotecnia, contenções, drenagem e pavimentação. No portfólio estão obras para empresas como CSN, Itaú, Vale, Votorantim, Toyota e Coca-Cola.

O controle da Armac também é familiar, e outros acionistas relevantes são a Gavea Investimentos, por meio do fundo Speed, e o Opportunity, segundo informações no site da companhia. No acordo previsto entre as duas partes, a família Briguenti passaria a ser acionista minoritária da Armac.

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O acordo permitiria à Armac (ARML3) atuar em prestação de serviços e direcionar máquinas pesadas alugadas para projetos de mineração, por exemplo, que em geral só podem ser utilizadas por certos períodos, em obras de terraplanagem, com ganho de margem e eficiência na operação, segundo as fontes. Seria, portanto, de certa forma, um negócio transformacional para a companhia.

Players do segmento de terraplanagem, por sua vez, em geral não possuem máquinas próprias. A entrada de uma empresa capitalizada como a Armac abriria a oportunidade de início de consolidação do setor, que hoje em geral ainda é pulverizado.

A Armac, que teve receitas brutas de quase R$ 1,5 bilhão e Ebitda de R$ 641 milhões em 2023, em ambos os casos com crescimento anual na casa de 40%, tem a mineração como um dos principais setores para locação, além de infraestrutura e agronegócio.

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Conta com mais de 10.200 máquinas, principalmente da chamada “linha amarela”, como pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras, tratores de esteira, motoniveladoras, rolos compactadores, tratores agrícolas, empilhadeiras e geradores.

A Armac é listada na B3, a bolsa brasileira, desde julho de 2021, em um dos IPOs mais concorridos antes do encerramento da janela para ofertas iniciais. Na ocasião, a ação foi precificada no topo da faixa indicativa - a R$ 16,63 - e a oferta movimentou R$ 1,5 bilhão.

As ações foram negociadas a R$ 11,02 no fechamento de quarta-feira (16), com queda da ordem de 30% no acumulado do ano. Mas avançaram 13% desde a divulgação do resultado do primeiro trimestre há uma semana. Nesta quinta (16), fecharam com ganho de 1,18%.

- Matéria atualizada às 19h11 desta quinta-feira com o fato relevante da Armac sobre a negociação e o fechamento da ação no dia.

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Marcelo Sakate

Marcelo Sakate é editor-chefe da Bloomberg Línea no Brasil. Anteriormente, foi editor da EXAME e do CNN Brasil Business, repórter sênior da Veja e chefe de reportagem de economia da Folha de S. Paulo.