Bloomberg Línea — A Armac, empresa líder do mercado de locação de máquinas pesadas no país, está em negociações avançadas para a aquisição da Terram Engenharia, uma das maiores do segmento de terraplanagem, segundo fontes com acesso ao assunto que falaram à Bloomberg Línea.
A companhia fundada por José Augusto C. Aragão há 30 anos deve anunciar o acordo de compra nos próximos dias, dado que o deal já foi aprovado pelo conselho de administração, segundo as mesmas fontes, que pediram para não serem identificadas por se tratar de assuntos privados.
Em comunicado divulgado depois da publicação da reportagem pela Bloomberg Línea, a Armac disse que “reitera que continuamente analisa oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico”.
“Nesse contexto, a companhia informa que não celebrou qualquer documento vinculante relacionado à transação noticiada e que, caso qualquer documento vinculante seja firmado, prontamente comunicará os acionistas e o mercado em geral a respeito, na forma da regulamentação aplicável.”
O negócio tem sido conduzido pelo CEO da Armac, Fernando Aragão, filho do fundador e que trabalhou anteriormente na área de financial advisory na Rothschild & Co.
Leia mais: Auren compra AES Brasil e se torna gigante em renováveis de R$ 30 bi em valor
A Terram, por suas vez, é comandada pelo sócio diretor e cofundador José Roberto Briguenti. A empresa foi fundada há quarenta anos e atua também com geotecnia, contenções, drenagem e pavimentação. No portfólio estão obras para empresas como CSN, Itaú, Vale, Votorantim, Toyota e Coca-Cola.
O controle da Armac também é familiar, e outros acionistas relevantes são a Gavea Investimentos, por meio do fundo Speed, e o Opportunity, segundo informações no site da companhia. No acordo previsto entre as duas partes, a família Briguenti passaria a ser acionista minoritária da Armac.
O acordo permitiria à Armac (ARML3) atuar em prestação de serviços e direcionar máquinas pesadas alugadas para projetos de mineração, por exemplo, que em geral só podem ser utilizadas por certos períodos, em obras de terraplanagem, com ganho de margem e eficiência na operação, segundo as fontes. Seria, portanto, de certa forma, um negócio transformacional para a companhia.
Players do segmento de terraplanagem, por sua vez, em geral não possuem máquinas próprias. A entrada de uma empresa capitalizada como a Armac abriria a oportunidade de início de consolidação do setor, que hoje em geral ainda é pulverizado.
A Armac, que teve receitas brutas de quase R$ 1,5 bilhão e Ebitda de R$ 641 milhões em 2023, em ambos os casos com crescimento anual na casa de 40%, tem a mineração como um dos principais setores para locação, além de infraestrutura e agronegócio.
Leia mais: Petz e Cobasi acertam fusão e criam gigante do setor com receitas de R$ 6,9 bi
Conta com mais de 10.200 máquinas, principalmente da chamada “linha amarela”, como pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras, tratores de esteira, motoniveladoras, rolos compactadores, tratores agrícolas, empilhadeiras e geradores.
A Armac é listada na B3, a bolsa brasileira, desde julho de 2021, em um dos IPOs mais concorridos antes do encerramento da janela para ofertas iniciais. Na ocasião, a ação foi precificada no topo da faixa indicativa - a R$ 16,63 - e a oferta movimentou R$ 1,5 bilhão.
As ações foram negociadas a R$ 11,02 no fechamento de quarta-feira (16), com queda da ordem de 30% no acumulado do ano. Mas avançaram 13% desde a divulgação do resultado do primeiro trimestre há uma semana. Nesta quinta (16), fecharam com ganho de 1,18%.
- Matéria atualizada às 19h11 desta quinta-feira com o fato relevante da Armac sobre a negociação e o fechamento da ação no dia.
Leia também
Pacaembu é um ativo imobiliário que vai muito além do futebol, diz CEO
Fundo do BTG Pactual entra na disputa por térmicas da Eletrobras, dizem fontes