Intel rechaça sondagem da Arm para venda de divisão de produtos, diz fonte

Fabricante americana descartou o plano não oficial da empresa controlada pelo SoftBank para uma aquisição; divisão de produtos é voltada a chips para PCs e servidores

Empresa, que já foi a maior fabricante de chips do mundo, tornou-se alvo de especulações de aquisição
Por Ian King
27 de Setembro, 2024 | 02:28 PM

Bloomberg — A Arm Holdings (ARM) abordou a Intel (INTC) sobre a possibilidade de comprar a divisão de produtos da fabricante de chips, para depois ser informada de que o negócio não está à venda, de acordo com uma pessoa com conhecimento direto do assunto ouvida pela Bloomberg News.

Na consulta, a Arm não expressou interesse nas operações de fabricação da Intel, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque as discussões eram privadas.

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A Intel tem duas unidades principais: um grupo de produtos que vende chips para computadores pessoais, servidores e equipamentos de rede, e outro que opera suas fábricas.

Os representantes da Arm e da Intel não quiseram comentar.

As ações da Intel subiram até 3,1% após a abertura das negociações em Nova York nesta sexta-feira (27).

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A Intel, que já foi a maior fabricante de chips do mundo, tornou-se alvo de especulações de aquisição desde a rápida deterioração de seus negócios este ano.

A empresa apresentou um balanço negativo no mês passado - levando suas ações à pior queda em décadas - e irá cortar 15.000 empregos para economizar.

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A empresa também reduziu os planos de expansão da fabricação e suspendeu o pagamento de dividendos, há muito tempo consagrados.

Como parte de seus esforços de recuperação, a Intel está separando a divisão de produtos de chip de suas operações de fabricação.

A medida tem como objetivo atrair clientes e investidores externos, mas também estabelece as bases para a divisão da empresa - algo que a Intel já considerou, segundo informou a Bloomberg no mês passado.

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A Arm, que é de propriedade majoritária da SoftBank Group, obtém grande parte de sua receita vendendo projetos de chips para smartphones. Mas o CEO Rene Haas tem procurado ampliar seu alcance fora desse setor.

Isso incluiu uma investida em computadores pessoais e servidores, áreas em que seus projetos de chips competem com os da Intel. Embora a Intel não tenha a vantagem tecnológica que já teve, a empresa sediada em Santa Clara, na Califórnia, continua dominando esses mercados.

A combinação com a Intel ajudaria o alcance da Arm e daria início a um movimento de venda de mais produtos próprios.

Atualmente, a empresa licencia tecnologia e projetos para os clientes, que os transformam em componentes completos.

Sua lista de clientes inclui os maiores nomes da tecnologia, como Amazon, Qualcomm e Samsung Electronics.

Sob o comando de Haas, a empresa tem se movido mais na direção de oferecer produtos totalmente formados - o que pode colocá-la em concorrência com seus licenciados.

A Arm, com sede em Cambridge, na Inglaterra, tem apenas uma fração da receita da Intel. Mas seu valor de mercado disparou desde a oferta pública inicial (IPO) no ano passado e agora está em mais de US$ 156 bilhões.

Os investidores veem a empresa como beneficiária do boom de gastos com IA, especialmente à medida que avança em chips de data center.

A Arm também conta com o apoio da SoftBank do Japão, que detém uma participação de 88%, o que potencialmente dá à empresa uma influência financeira adicional.

A Intel, por outro lado, perdeu mais da metade de seu valor este ano e tem uma capitalização atual de US$ 102,3 bilhões.

Mas a empresa tem outras opções a considerar. A Apollo Global Management ofereceu-se para fazer um investimento na empresa, informou a Bloomberg esta semana. A empresa indicou nos últimos dias que estaria disposta a investir até US$ 5 bilhões, o que representa um voto de confiança para o CEO Pat Gelsinger.

A Intel também planeja vender parte de sua participação na Altera, fabricante de semicondutores, para investidores de capital privado.

A empresa, que a fabricante de chips comprou em 2015, foi separada das operações da Intel no ano passado com o objetivo de fazer uma abertura de capital. E a especulação de uma aquisição da Qualcomm impulsionou as ações da Intel na semana passada.

-- Com a colaboração de Caroline Hyde.

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