Bloomberg — A fabricante de chips Arm Holdings (ARM) voltou a disparar na segunda-feira (12) na bolsa, estendendo uma alta de três dias que impulsionou seu valor em quase 100%. O movimento vem após um forte balanço trimestral que mostrou que os gastos com inteligência artificial (IA) estão impulsionando as vendas.
As ações da designer de chips subiram 29% na segunda-feira, fechando em uma máxima histórica e com um volume mais de 10 vezes a média dos últimos três meses.
O avanço levou os ganhos das ações para mais de 90% nas três sessões de negociação desde que os resultados da Arm foram divulgados após o fechamento do mercado em 7 de fevereiro.
“O que estamos vendo aqui é uma febre por qualquer coisa relacionada a IA”, disse Dennis Dick, trader na Triple D Trading. “Algoritmos e traders de varejo estão se envolvendo, pessoas estão comprando opções. Tudo isso está se multiplicando.”
A Arm está se beneficiando de uma expansão além da tecnologia de smartphones, impulsionando seu crescimento e lucratividade.
Na semana passada, a empresa projetou receita de US$ 850 milhões a US$ 900 milhões para o trimestre encerrado em março, superando em muito a estimativa média dos analistas, que era de US$ 778 milhões.
O CEO da empresa, René Haas, disse que as oportunidades apresentadas pela IA ainda estão em estágios iniciais.
O entusiasmo pelas ações gerou uma atividade significativa, com grande parte dos ganhos ocorrendo em apenas algumas horas de negociação.
As ações atingiram quase US$ 127 nos primeiros 36 minutos de negociação em 8 de fevereiro, e a última sessão viu a maior parte da alta concentrada nos primeiros 108 minutos do dia.
Frenesi em torno da IA
Há expectativa de que esse avanço possa continuar, com traders continuando a pagar mais por opções, especialmente opções de venda de curto prazo para proteger contra mais ganhos nas ações.
A opção mais negociada foi a de US$ 185 com vencimento na sexta-feira (16), com mais de 54.000 contratos negociados. Ela estava sendo negociada a cerca de US$ 6 cada. Com base no fechamento das ações a US$ 148,97, elas precisariam subir mais 28% até o final da semana para que o contrato tenha algum valor no vencimento.
Até agora, a Nvidia (NVDA) tem sido a maior beneficiária da demanda impulsionada pela IA por poder computacional. As ações da fabricante de chips mais que triplicaram no ano passado, impulsionadas por um aumento na receita e nos lucros relacionados às vendas de seus chamados chips aceleradores de IA.
O rali da Nvidia continuou este ano, fazendo com que as ações subissem mais 46% e ultrapassassem brevemente o valor de mercado da Amazon (AMZN).
A Arm e a Nvidia estavam destinadas a se fundir como parte de um acordo de US$ 40 bilhões anunciado em setembro de 2020, mas acabaram desistindo dos planos.
A fusão enfrentou oposição desde o começo, com os próprios clientes da Arm rejeitando a ideia e os órgãos reguladores prometendo examiná-la com cuidado.
A Arm quase triplicou desde que suas ações estrearam em setembro e agora tem um valor de mercado de mais de US$ 150 bilhões, tornando-a mais valiosa do que a Boeing (BA) e a AT&T (T).
A empresa, sediada em Cambridge, Inglaterra, ainda é 90% de propriedade do SoftBank Group, que adquiriu o negócio em 2016 por US$ 32 bilhões.
-- Com a colaboração de Ian King, Ryan Vlastelica e David Marino.
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