Arezzo define nome da holding a ser criada após a fusão com o Grupo Soma

Azzas 2154 é o nome escolhido para batizar a nova companhia, que vai nascer após acionistas aprovarem incorporação do Grupo Soma pela Arezzo em assembleia em 18 de junho

Fachada de lojas da Arezzo e da Animale, marca do grupo Soma
19 de Maio, 2024 | 07:19 PM
Últimas cotações

Bloomberg Línea — Três meses e meio após anunciar a proposta de fusão com o Grupo Soma (SOMA3), a Arezzo&Co (ARZZ3) escolheu o nome da futura holding resultante da combinação de negócios. A denominação social será Azzas 2154 S.A., segundo documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), na noite de sábado (18).

O número é uma referência ao ano de 2154, que o CEO da Arezzo, Alexandre Birman, cita como horizonte de sua visão estratégica de futuro para a companhia, no mote “Arezzo rumo a 2154″. Em fevereiro, quando anunciou o plano de fusão, ele havia dito que, no prazo de até quatro meses (junho), o nome da holding seria definido.

PUBLICIDADE

“Com a nova marca, a companhia fortalece a representatividade de todo o seu portfólio, consolidando sua identidade no mercado”, cita o documento convocando para AGE (Assembleia Geral Extraordinária) no próximo dia 18 de junho para a proposta ser votada pelos acionistas.

Leia mais: O que a Arezzo planeja para resgatar o crescimento da Schutz após ano desafiador

O Grupo Arezzo, dono de marcas de calçados como Arezzo, Schutz e Anacapri, e o Grupo Soma, que tem a Hering e a Farm no seu portfólio de vestuário, vão criar uma gigante do setor de moda com 34 marcas, 2.057 lojas, 1.520 franquias, 22.000 multimarcas, 22.000 funcionários e uma receita bruta anual de R$ 11,98 bilhões.

PUBLICIDADE

“A alteração da denominação social tem como objetivo estabelecer uma nova marca que represente o conceito da empresa resultante da incorporação. Esta mudança visa comunicar ao mercado o surgimento da nova empresa, que engloba quatro verticais de negócios distintas: (i) calçados e bolsas; (ii) vestuário feminino lifestyle; (iii) vestuário masculino lifestyle; e (iv) vestuário democrático”, detalhou o material da Arezzo.

A combinação de negócios proposta prevê a incorporação do Grupo Soma pela Arezzo. Os administradores das duas companhias celebraram no sábado o protocolo e a justificação da incorporação, com os termos e condições para implementar o acordo de associação. A expectativa das duas companhias é de aprovação da proposta.

Segundo o teor da proposta enviada à CVM, com a efetivação da incorporação, os acionistas do Grupo Soma vão receber 0,120446593048 da nova ação ordinária da Arezzo para cada 1 ação ordinária do Grupo Soma.

PUBLICIDADE

Leia mais: Arezzo e Grupo Soma chegam a acordo para fusão que cria varejista de R$ 13 bi

O acordo de associação prevê a aplicação de uma multa no valor de R$ 500 milhões no caso de descumprimento de diversas obrigações assumidas, como exclusividade e não concorrência, além de hipóteses de dolo, fraude ou má-fé de administradores.

A aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a fusão foi obtida no último dia 27 de março.

PUBLICIDADE

O CEO da Arezzo, Alexandre Birmann, comandará a holding Azzas 2154, segundo a proposta, enquanto o CEO do Grupo Soma, Roberto Jatahy, cuidará da unidade de vestuário feminino.

Já Rony Meisler permanecerá como CEO da unidade AR&Co e Thiago Hering continuará como CEO da Hering.

O avanço do processo de fusão, previsto para gerar receita adicional apenas em 2025, ocorre após a Arezzo reportar dados do primeiro trimestre marcado por um desempenho fraco do canal multimarcas e “contínua fraqueza” da marca Schutz, segundo relatório do Goldman Sachs.

Já a equipe de research do Itaú BBA destacou a desaceleração das vendas da Arezzo e do Grupo Soma, também afetada pelo aumento das deduções por conta das mudanças fiscais.

Os analistas citaram as tendências melhores de margem bruta em ambas as companhias, mas observaram que o ganho de margem foi ofuscado pelo aumento de despesas gerais e administrativas e pressão na margem Ebitda.

“No futuro, esperamos que as primeiras notícias sobre oportunidades de vendas cruzadas para a NewCo [termo usado para descrever a empresa a ser criada, definida como Azzas 2154] sejam o principal gatilho para as ações”, escreveu o analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, mantendo a recomendação de outperform (desempenho acima da média de mercado), com preço-alvo de R$ 71 (ARZZ3) e R$ 9 (SOMA3).

Na última sexta-feira (17), a ação da Arezzo fechou cotada a R$ 49,09. A do Soma encerrou a R$ 5,85. As ações da Arezzo acumulam queda de 24% neste ano, enquanto os papéis do Grupo Soma recuam 21,5%, ante um desempenho negativo do Ibovespa de 5,18% no mesmo período.

Leia também

Sergio Rial se junta à Crescera Capital em novo desafio após a Americanas

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.