Bloomberg — A Arábia Saudita está mais perto de sediar a Copa do Mundo de 2034, o que significaria mais um marco na tentativa do reino de se tornar uma potência esportiva - ao menos do ponto de vista de atração de talentos. A Austrália, que parecia ser o único rival em potencial, decidiu não se candidatar a receber o torneio, de acordo com uma declaração da autoridade de futebol do país nesta terça-feira (31).
O país apresentou sua candidatura para 2034 momentos após a Fifa anunciar, no início deste mês, que estava à procura de candidatos da Ásia e da Oceania.
Uma proposta bem-sucedida da Arábia Saudita faria com que a Copa do Mundo retornasse à região do Golfo pela segunda vez em 12 anos, depois que o Catar foi o anfitrião em 2022.
Embora a Copa de 2022 tenha sido realizada durante o inverno do Catar para evitar o calor, os planos da Arábia Saudita em relação ao calendário do torneio permanecem incertos. As cidades mais frias do condado, situadas no topo das colinas, podem oferecer flexibilidade, embora as principais cidades, como Riad e Jeddah, registrem regularmente temperaturas de 40°C em julho e agosto.
Ao contrário do Catar, que teve de começar a planejar e construir estádios do zero, a Arábia Saudita já tem planos para construir vários estádios novos, pois foi escolhida para sediar a Copa Asiática de Futebol da AFC em 2027. O país precisará ter pelo menos 14 estádios com capacidade superior a 40.000 lugares. Até o momento, o país tem apenas dois que atendem a esse critério.
O reino “pretende realizar um torneio de classe mundial e se inspirará na transformação social e econômica em curso na Arábia Saudita”, conforme a mídia estatal. Sob o comando do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a Arábia Saudita está investindo trilhões em novas cidades, resorts turísticos e fabricação de veículos elétricos para diversificar a economia centrada no petróleo.
O esporte é uma grande parte desse impulso, com a Arábia Saudita sediando eventos como corridas de Fórmula 1, lutas de boxe e o Rally Dakar nos últimos anos.
O país também fez investimentos substanciais no futebol. Entre junho e agosto, as equipes do país gastaram US$875 milhões para adquirir talentos estrangeiros, como o brasileiro Neymar e o francês Karim Benzema. Essas contratações de alto nível seguiram a adição do astro português Cristiano Ronaldo.
Críticos acusam a Arábia Saudita de sportswashing, ou seja, de tentar melhorar a sua imagem e de seu histórico de não respeitar direitos humanos por meio de eventos esportivos.
Em uma entrevista recente à Fox News, o príncipe herdeiro disse que os investimentos em esportes visam principalmente impulsionar a economia do país.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Esportes aquecem mercado de M&A, com negócios de bilhões de dólares
Dubai, Tel Aviv e Oriente Médio revelam tendências para experiências de luxo