Apple health? App em teste pode ajudar pré-diabéticos a se alimentar melhor

Big tech desenvolve solução que indicaria alterações no nível de açúcar no sangue após ingestão de alimentos, o que poderia induzir as pessoas a adotar mudanças de dieta e saúde

A Apple segue investindo em novos recursos ligados à área de saúde para os seus aparelhos
Por Mark Gurman
26 de Outubro, 2024 | 02:37 PM

Bloomberg — A Apple busca fazer mais incursões no setor de saúde e testou neste ano um aplicativo para ajudar pessoas com pré-diabetes a gerenciar sua ingestão de alimentos e a adotar mudanças no estilo de vida, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto que falaram à Bloomberg News.

A empresa testou o serviço em funcionários selecionados no início deste ano, como parte de seu esforço mais amplo relacionados à detecção de açúcar no sangue, de acordo com fontes que pediram para não serem identificadas porque o trabalho é secreto.

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Embora a Apple não tenha planos de lançar o aplicativo, a empresa pode eventualmente integrar a tecnologia em futuros produtos de saúde, incluindo um rastreador de glicose não invasivo que desenvolve há mais de uma década.

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Os funcionários envolvidos no teste precisavam validar que eram pré-diabéticos com um exame de sangue. Isso significa que eles não têm diabetes atualmente, mas podem estar em risco de desenvolver a versão Tipo 2 da doença.

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Como parte do teste, eles monitoraram ativamente o nível de açúcar no sangue por meio de vários dispositivos disponíveis no mercado e, em seguida, registraram as alterações no nível de glicose em resposta à ingestão de alimentos.

A ideia por trás do sistema é mostrar aos consumidores como determinados alimentos podem afetar o açúcar no sangue, com a esperança de inspirar mudanças que possam evitar o diabetes.

Por exemplo, se os usuários registrassem que comeram macarrão no almoço e que seu nível de açúcar no sangue aumentou, eles poderiam ser orientados a parar de comer esse alimento ou mudar para uma proteína.

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O objetivo do estudo era explorar os possíveis usos dos dados de açúcar no sangue e as ferramentas que a empresa poderia criar para os consumidores.

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Por enquanto, porém, o teste do aplicativo foi interrompido para permitir que a Apple se concentre em outros recursos de saúde. Um porta-voz da empresa não quis comentar.

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As ações de fabricantes de dispositivos que tratam de condições associadas ao diabetes caíram depois que a notícia foi publicada, mas logo se recuperaram.

A ação da Insulet, que fabrica bombas de insulina, caiu até 4,7%. A da Dexcom, fabricante de monitores de glicose, teve perda de até 5,3% antes de se recuperar, e a da Tandem Diabetes Care recuou até 3,4%. A cotação da Apple, por sua vez, subiu cerca de 1%, para US$ 232,45.

O trabalho indica que o rastreamento da glicose e o registro de alimentos podem ser duas áreas importantes de expansão para a Apple no futuro. O atual aplicativo de saúde da empresa não possui recursos para registrar refeições, o que contrasta com os serviços rivais.

A pesquisa não estava diretamente ligada ao esforço de longa data da Apple para criar um monitor de glicose sem picadas na pele para retirar sangue, mas poderia ajudar a informar como a empresa lidará com esse projeto.

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Atualmente, os sistemas de teste de glicose normalmente exigem uma amostra de sangue, geralmente por meio de uma picada no dedo. Há também pequenos adesivos usados no ombro da Abbott Laboratories e da Dexcom que são menos incômodos, embora ainda exijam a inserção na pele.

O verificador não invasivo é uma das iniciativas de saúde mais ambiciosas da Apple. A ideia é analisar o sangue de uma pessoa sem picar a pele - um avanço potencialmente inovador na luta contra o diabetes.

A Apple costuma usar estudos de funcionários para preparar recursos de saúde para lançamentos públicos. A big tech adotou uma abordagem semelhante com seus recursos de detecção de aparelhos auditivos e apneia do sono para os AirPods e o Apple Watch.

A empresa com sede em Cupertino, na Califórnia, tem vários laboratórios em seu campus para testar recursos de saúde.

Projetos sigilosos

Os estudos de glicose foram altamente sigilosos - mesmo em comparação com os projetos anteriores da Apple - e os funcionários precisaram de aprovação específica dos gerentes antes de participarem do programa. Vários acordos médicos e de confidencialidade também eram necessários para participar.

Há cerca de 15 anos, a Apple se propôs a criar algo menos invasivo.

O projeto - batizado de E5 - foi tão pouco divulgado no início que a Apple criou uma subsidiária chamada Avolonte Health para operá-lo. Essa unidade acabou sendo transferida para o grupo de tecnologias de hardware da Apple e agora é dirigida por um assistente do chefe de chips de silício da empresa.

No ano passado, a Bloomberg News informou que a Apple havia avançado no projeto e acreditava estar finalmente no caminho certo para comercializar a tecnologia. No entanto ainda faltam muitos anos para que um produto real seja lançado.

Antes que a empresa possa encolher o sensor o suficiente para caber em um smartwatch, ela trabalha em um protótipo do tamanho de um iPhone. E, mesmo com esse formato, a Apple se deparou com desafios de miniaturização e superaquecimento.

O sistema usa lasers para disparar luz na pele e determinar a quantidade de glicose no sangue. Embora a Apple espere eventualmente fornecer leituras específicas de açúcar no sangue, a versão inicial provavelmente será projetada apenas para notificar os usuários se eles podem ser pré-diabéticos.

A Apple adota uma estratégia semelhante com as novas notificações de apneia do sono, que podem informar aos usuários de smartwatches se eles podem ter essa condição. Um recurso futuro de detecção de hipertensão funcionará da mesma forma.

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- Com a colaboração de Angel Adegbesan.

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