Bloomberg — O Goldman Sachs (GS), que tem tentado se livrar de seu problemático negócio de cartões de crédito, agora tem uma possível saída de sua parceria com a Apple (AAPL).
A fabricante do iPhone, que oferece um cartão de crédito e uma conta de poupança com o Goldman, enviou recentemente uma proposta ao gigante financeiro que seria um primeiro passo para encerrar o contrato, segundo falou à Bloomberg News uma pessoa familiarizada com o assunto.
O processo ainda pode levar vários anos, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque as discussões são privadas. A parceria estava prevista para durar pelo menos mais cinco anos.
O Goldman Sachs tem recuado de uma incursão no empréstimo ao consumidor após se mostrar mais cara do que o esperado. A empresa sediada em Nova York disse que avançou rápido demais nesse esforço, contribuindo para os equívocos. O Goldman também deverá abandonar uma parceria de cartão de crédito com a General Motors.
Para a Apple, a parceria fazia parte de um esforço mais amplo nas ofertas financeiras. A empresa busca gerar mais receita com serviços à medida que as vendas de seus produtos de hardware diminuem. A Apple obteve 22% de suas vendas nessa categoria no ano passado, um aumento em relação a menos de 10% há uma década.
A fabricante do iPhone permanece comprometida com seu cartão de crédito Apple Card e a conta de poupança, e não planeja descontinuar os produtos – esteja ou não o Goldman envolvido –, disse a pessoa familiarizada com a situação. A Apple ainda não chegou ao ponto de conversar com empresas que poderiam substituir o Goldman, segundo a pessoa.
Em comunicado, a Apple disse que está “comprometida em proporcionar uma experiência incrível para nossos clientes para ajudá-los a levar uma vida financeira mais saudável”.
“O premiado Apple Card teve uma ótima recepção dos consumidores, e continuaremos inovando e entregando as melhores ferramentas e serviços para eles”, afirmou a empresa com sede em Cupertino, Califórnia, no comunicado.
O Goldman Sachs tem explorado opções para encerrar suas parcerias de cartão de crédito ao longo deste ano, conforme pessoas com conhecimento do assunto já haviam dito. A proposta da Apple daria à empresa uma maneira de fazer isso, mas ainda não está concluída, de acordo com uma das pessoas.
O banco se recusou a comentar. O jornal Wall Street Journal relatou anteriormente sobre a proposta que a Apple enviou ao Goldman, dizendo que poderia entrar em vigor em aproximadamente 12 a 15 meses.
O Goldman Sachs realizou conversas com a American Express (AXP) para assumir o cartão de crédito Apple e outros serviços, mas a empresa expressou preocupações sobre as taxas de perda, informou o jornal. A Synchrony Financial também abordou a ideia de assumir o programa de cartão de crédito, segundo a reportagem.
Apesar das dificuldades, a Apple e o Goldman Sachs acabaram de lançar uma conta de poupança de alto rendimento prometida há muito tempo em abril. E as empresas anunciaram em agosto que o programa atingiu US$ 10 bilhões em depósitos nos Estados Unidos.
A conta de poupança recebeu reclamações de alguns usuários que não conseguiam retirar dinheiro facilmente. O CEO Tim Cook disse em uma entrevista em junho que o problema foi causado por um sistema de segurança projetado para evitar fraudes.
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