Bloomberg — A Mondelez, fabricante das barras de chocolate Toblerone e Milka, entre outras, tem ampliado os investimentos em cacau cultivado em laboratório a partir de células, parte do esforço da empresa para lidar com os custos em alta e a oferta imprevisível dos grãos do fruto.
É a segunda vez que a Mondelez investe na Celleste Bio, uma startup israelense que usa células extraídas de plantas de cacau e cultivadas em biorreatores para produzir manteiga de cacau e cacau em pó, que são necessários para fazer chocolate. A Mondelez, que está fazendo o investimento por meio de seu braço SnackFutures, não quis compartilhar sua participação financeira.
“Desde o primeiro investimento em 2022, a equipe da Celleste comprovou a capacidade científica e a adequação ao mercado - e agora é hora de se concentrar na produção em escala”, disse Richie Gray, chefe global da SnackFutures, que identifica e investe em empresas que ajudarão a Mondelez a crescer.
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O chocolate é uma prioridade de investimento e a Mondelez está explorando maneiras de expandir o suprimento de cacau a longo prazo, acrescentou Gray.
Alta do preço do cacau
A Celleste fechou uma rodada de financiamento inicial de US$ 4,5 milhões, liderada pela Supply Change Capital e incluindo vários outros participantes, como o Consensus Business Group, o Trendlines Group e a Mondelez.
Os preços do cacau permanecem em uma alta histórica, já que as colheitas na África Ocidental foram atingidas por condições climáticas extremas e doenças. Os contratos futuros de cacau em Nova York estão sendo negociados a cerca de US$ 9.000 a tonelada - mais do que o dobro do preço de um ano atrás. Em abril, o cacau atingiu um pico de quase US$ 12.000 por tonelada.
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As empresas de chocolate têm se esforçado para encontrar alternativas, desde diversificar seus portfólios até a utilização de sabores que diferentes nos doces tradicionais de chocolate.
A Mondelez, que estima um aumento de 10% na demanda de chocolate em relação ao ano anterior, está buscando novas fontes de chocolate. Encontrar alternativas ao cacau padrão é uma parte necessária de seu plano de crescimento.
"Estamos entusiasmados com a oportunidade potencial de usar essa tecnologia em alguns de nossos produtos", disse Gray.
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Aumento de escala
As tentativas de aumentar a escala da produção baseada em células foram prejudicadas por questões técnicas e financeiras, mas o CEO da Celleste, Michal Beressi Golomb, disse que as células vegetais são mais fáceis e econômicas de cultivar.
Diferentemente dos fabricantes de alternativas ao chocolate que dependem da substituição de ingredientes à base de cacau, a startup afirma que seus produtos são idênticos aos reais porque são reais, apenas cultivados em biorreatores em vez de em árvores.
Ela espera que a manteiga de cacau da Celleste esteja no mercado em 2027, com o pó provavelmente vindo logo em seguida, e pretende que ambos sejam oferecidos pelo mesmo preço dos ingredientes convencionais do chocolate.
Golomb espera que a maior parte do obstáculo seja a regulamentação. Embora os produtos sejam idênticos aos que estão disponíveis atualmente, disse Golomb, a nova maneira de cultivá-los requer aprovações regulatórias em vários mercados, inclusive nos EUA e na União Europeia.
-- Com a colaboração de Ilena Peng.
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