Bloomberg — A Anglo American rejeitou uma proposta de aquisição de US$ 39 bilhões do grupo concorrente BHP, afirmando que ela não valoriza corretamente a empresa.
Segundo o acordo proposto, todo em ações, a Anglo primeiro dividiria participações controladoras em empresas de platina sul-africanas e minério de ferro para seus acionistas antes de ser adquirida pela BHP.
O valor total por ação da proposta não vinculativa foi de cerca de 25,08 libras, informou a BHP na quinta-feira (25).
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A rejeição da Anglo era amplamente esperada. Analistas e alguns investidores da Anglo viam a proposta da BHP como significativamente abaixo do preço necessário para trazer a mineradora de 107 anos para a mesa de negociações. Agora, a BHP terá que melhorar sua oferta se quiser iniciar conversas.
“A proposta da BHP é oportunista e não valoriza as perspectivas da Anglo American”, disse o presidente da Anglo, Stuart Chambers, em comunicado.
Apenas dois anos atrás, a Anglo estava sendo negociada a quase 43 libras por ação, mas foi prejudicada por grandes contratempos operacionais e de mercado. Os papéis da mineradora operavam estáveis em Londres nesta sexta, após subirem 16% no dia anterior.
Uma fusão com a Anglo daria à BHP aproximadamente 10% do fornecimento global de minério de cobre antes de uma escassez esperada que muitos observadores de mercado previram que faria os preços dispararem.
Se bem-sucedida, a transação marcaria um retorno à negociação de grande escala para a BHP, enquanto potencialmente atrairia outros interessados visando aumentar sua exposição ao metal, que está intimamente ligado à transição energética global.
A Anglo sempre foi vista como um possível alvo entre as maiores mineradoras, principalmente porque possui operações atraentes de cobre na América do Sul em um momento em que a maior parte da indústria está buscando ampliar reservas e produção.
Ainda assim, os interessados têm sido desencorajados pela estrutura complicada da Anglo e pela variedade de outras commodities, desde platina até diamantes, e especialmente pela sua profunda exposição à África do Sul.
A BHP tentou contornar esse desafio insistindo que a Anglo separasse suas duas unidades sul-africanas como condição para uma aquisição.
Essa sugestão também foi rejeitada pela Anglo nesta sexta-feira, com a empresa afirmando que a divisão era pouco atraente para seus investidores.
“A estrutura proposta é pouco atraente, criando uma incerteza e um risco de execução suportados quase inteiramente pela Anglo American, seus acionistas e outros interessados”, disse Chambers.
Dentro de 24 horas após a oferta da BHP vir à tona, a África do Sul - como muitos sempre esperaram em um acordo envolvendo a Anglo - começou a se mover para o centro do palco.
O fundo de pensão estatal da África do Sul é o maior acionista da Anglo e ontem o ministro de minas do país sinalizou sua oposição ao acordo.
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