Bloomberg — Um acordo entre Americanas (AMER3) e bancos credores para reestruturar parte da dívida da varejista poderá ser alcançado ainda nesta sexta-feira (24), segundo uma pessoa próxima às negociações ouvida pela Bloomberg News.
O acordo é um passo fundamental para a eventual saída da recuperação judicial.
Os credores chegaram a um entendimento com a empresa sobre detalhes do texto, incluindo uma cláusula específica determinando que os bancos abram mão do direito de litígio, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada discutindo negociações confidenciais.
A Americanas não quis comentar.
Cerca de 11 meses depois de entrar em crise com a revelação de uma fraude contábil que mais que dobrou sua dívida para R$ 42,5 bilhões, um acordo permitiria à empresa apresentar um novo plano na Justiça, que deve ser aprovado na reunião de credores marcada para 19 de dezembro. Os bancos detêm a maior parte da dívida e por isso seu apoio é crucial.
Ao todo, a diretora financeira (CFO) da Americanas, Camille Loyo Faria, espera que a empresa seja recapitalizada com R$ 24 bilhões em 2024. Ela disse em teleconferência de resultados na semana passada que um acordo com os bancos poderia ser alcançado em dezembro.
O avanço nas negociações ocorre depois que a varejista publicou novas demonstrações financeiras para 2021 e 2022 que revelaram prejuízo de R$ 20 bilhões no período em que o tamanho estimado da fraude contábil foi de R$ 25 bilhões.
O Banco Safra divulgou comunicado nesta semana dizendo que a Americanas deveria ter apresentado mais dados financeiros e uma nova lista de credores antes de convocar a reunião no final do ano. O banco não disse se apoiará o acordo em discussão.
O colunista Lauro Jardim, do Globo, informou nesta sexta-feira que um acordo poderia ser assinado ainda hoje.
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