Alibaba mira varejo online na Coreia do Sul com joint venture avaliada em US$ 4 bi

Anúncio de parceria da gigante tech chinesa ocorre após o grupo ter vendido seu negócio de lojas de departamento Intime por US$ 1 bilhão

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Bloomberg — O Alibaba Group concordou em fundir suas operações sul-coreanas com a plataforma de comércio eletrônico da E-Mart para acirrar a disputa no setor de varejo online em ritmo acelerado do país.

A AliExpress International e a Gmarket criaram uma joint venture, de acordo com um registro da E-Mart na bolsa de valores, que confirmou um relatório previamente divulgado pela Bloomberg News. As empresas planejam fazer mais investimentos no negócio, que deterá 100% da Gmarket.

A nova entidade pode ser avaliada em cerca de US$ 4 bilhões, disseram à Bloomberg News pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para não serem identificadas por causa de informações confidenciais.

As ações da E-Mart subiram 5,5% em Seul, o que deu à empresa um valor de mercado de US$ 1,4 bilhão. As ações da Alibaba, listadas em Hong Kong, subiram cerca de 11% este ano, avaliando a empresa em mais de US$ 200 bilhões.

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O acordo ajudaria as empresas a enfrentar os rivais locais, incluindo a Naver e a Coupang. Neste mês, a confiança do consumidor sul-coreano sofreu a maior queda desde o início da Covid-19, prejudicada pela turbulência política desencadeada pela declaração de lei marcial e pelo impeachment do presidente Yoon Suk Yeol.

O Alibaba tem buscado expandir sua presença internacional para compensar o crescimento mais lento em seu principal negócio de comércio eletrônico na China.

As operações domésticas de comércio eletrônico do pioneiro da Internet relataram um crescimento anêmico no trimestre de setembro, o que prejudicou os resultados financeiros que se beneficiaram do progresso em sua divisão de nuvem e negócios internacionais, que engloba a Lazada e o AliExpress, semelhante ao Temu.

Outrora um participante dominante no campo do comércio eletrônico da China, o Alibaba busca crescer em meio à concorrência de rivais em ascensão, como a PDD Holdings e a ByteDance.

Diante desse contexto, houve uma mudança sob a liderança do cofundador Eddie Wu, que assumiu o cargo de CEO há mais de um ano, no sentido de consolidar seus principais negócios e concentrar os investimentos nas áreas de crescimento mais promissoras.

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O Alibaba busca agora integrar suas operações de comércio eletrônico nacionais e internacionais, sob a liderança de Jiang Fan, e vem vendendo constantemente participações que não considera essenciais.

Na semana passada, o Alibaba concordou em vender seu negócio de lojas de departamentos Intime para a Youngor Fashion por cerca de US$ 1 bilhão, em um movimento justamente para se desfazer de ativos não essenciais.

O negócio fará com que a gigante chinesa do comércio eletrônico registre uma perda de 9,3 bilhões de yuans (US$ 1,3 bilhão) em seu investimento inicial na Intime.

A E-Mart vem expandindo seus negócios de comércio eletrônico tanto organicamente quanto por meio de aquisições. Em 2021, ela adquiriu o controle acionário do mercado online sul-coreano do eBay por cerca de US$ 3 bilhões, expandindo sua base de clientes em categorias como mantimentos e mercadorias em geral.

-- Com a colaboração de Dong Cao, Yoolim Lee, Heejin Kim, Luz Ding, Claire Che, Debby Wu, Shinhye Kang e Emily Yamamoto.

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